19 jan, 2024 - 12:49 • Lusa com redação
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, assumiu esta sexta-feira toda a responsabilidade política do que se passou na TAP, dossiê que geriu enquanto ministro das Infraestruturas.
"Eu assumo todas as responsabilidades no que diz respeito à TAP (...) Aquilo que verdadeiramente interessa do ponto de vista da responsabilização política é que eu assumo a responsabilidade política, enquanto ministro, de tudo o que se fez na TAP e é isso que é verdadeiramente importante", afirmou o socialista no final de uma visita ao CEiiA -- Centro de Engenharia e Desenvolvimento, em Matosinhos, no distrito do Porto.
Questionado pelos jornalistas sobre a notícia do jornal o SOL que , esta sexta-feira, que Pedro Nuno Santos aceitou as condições da ex-CEO da TAP Christine Ourmières-Widener de manter funções noutras empresas, e que isso ficou previsto no contrato da gestora, o dirigente socialista vincou que o contrato foi feito com equipas jurídicas das duas partes.
"O contrato é feito com as equipas jurídicas tanto da anterior CEO como da TAP, a equipa jurídica da TAP. É importante que nós tenhamos essa consciência", frisou.
Em declarações aos jornalista, a líder do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua lembrou , esta sexta-feira, que as mais recentes informações reveladas a propósito da TAP foram abordadas durante a comissão parlamentar de inquérito à tutela e gestão da companhia aérea.
“Já ontem tive oportunidade de me pronunciar sobre a TAP. Recordo que houve uma comissão de inquérito e as notícias que saem foram todas escrutinadas e mencionadas durante a comissão de inquérito”, lembrou, esta sexta-feira, a coordenadora do BE em declarações à margem da manifestação dos trabalhadores judiciais no campus da justiça, em Lisboa.
Em reação às declarações do secretario geral do PS, o líder do Chega, André Ventura sublinhou que Pedro Nuno Santos deve “um pedido de desculpas aos portugueses”.
Em declarações as jornalistas esta sexta-feira em Braga, Ventura lembrou que “Pedro Nuno Santos autorizou uma acumulação [de cargos da ex-CEO da TAP Christine Ourmières-Widener] que, aparentemente, será ilegal e, portanto, não pode ser desresponsabilizado”. Por isso, acrescentou , deve um pedido de desculpa aos portugueses”.
Antes, o líder da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, a propósito do mesmo caso, acusou o atual secretário-geral do PS de incompetência.
A ex-presidente executiva da TAP foi exonerada por justa causa, em abril de 2023, no seguimento da polémica indemnização de meio milhão de euros à antiga administradora Alexandra Reis. O caso levou à demissão do então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e do seu secretário de Estado Hugo Mendes, e à constituição de uma comissão parlamentar de inquérito à gestão da companhia aérea.