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Cecília Meireles. Pedro Nuno Santos é "reciclado" e já decidiu apoiar "economia clientelar"

21 jan, 2024 - 18:49 • Manuela Pires , Diogo Camilo

A antiga dirigente do CDS criticou o PS por destinar 70% das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência ao Estado.

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A antiga deputada do CDS Cecília Meireles marcou o discurso na convenção da AD com as criticas a Pedro Nuno Santos, criticando-o por apoiar o setor da "economia clientelar do Estado" nos apoios do PRR.

"O PS, quando destinou 70% das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência ao Estado, já escolheu um setor estratégico a apoiar", afirmou, referindo que o líder do PS será um primeiro-ministro "reciclado".

"Se aquilo que queremos é mudar, então sabemos bem que feitas as contas, contados todos os cenários há uma coisa que é inegável. Só há duas pessoas em Portugal que podem ser primeiros-ministros: um é mais do mesmo, um reciclado, outro está aqui nesta sala, quem quer mudar, vota AD", disse, referindo-se a Luís Montenegro.

Em intervenção, a antiga deputada e secretária de Estado do Turismo apelou ao voto útil. Cecília Meireles, que por opção própria está fora das listas de candidatos a deputados da AD, criticou a intenção já anunciada pelo líder do PS de, se for primeiro-ministro, escolher cirurgicamente os setores da economia a apoiar.

"Então o que tem a dizer é que o problema económico de Portugal é que as empresas foram apoiadas de mais e de forma indiscriminada?", criticou.

Cecília Meireles recordou ainda o episódio da indemnização à ex-gestora da TAP Alexandra Reis, que o então ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos não se recordou inicialmente de ter autorizado.

"Em qualquer país do mundo, este ministro teria sido demitido por falta de responsabilidade política, em Portugal é candidato a primeiro-ministro. O povo julgará", apelou.

Aguiar Branco. "Pior que o PS, só Mortágua a ministra das Finanças"

Outro dos intervenientes na convenção foi José Pedro Aguiar Branco, antigo ministro social-democrata de Passos Coelho, que criticou várias áreas de governação socialistas e garantiu que, se o PS vencer, a situação do país só pode piorar.

"Pior do que o PS, só o PS com Pedro Nuno Santos a primeiro-ministro e Mariana Mortágua a ministra das Finanças", afirmou.

Na área da cultura, o maestro Rui Massena apelou a que se reforce o orçamento público para este setor, mas também que se contrabalance com mais condições para os privados financiarem a cultura.

“Temos de criar verdadeiramente uma lei do mecenato absolutamente explosiva, as empresas têm de querer patrocinar um ballet, um concerto”, defendeu, numa pretensão que foi apoiada pelo antigo secretário de Estado da Cultura Francisco José Viegas.

O antigo governante considerou “fundamental que se abram as portas nesta nova legislatura para uma lei do mecenato que esteja do lado dos criadores, das empresas, da negociação entre ambos e do lado do público, com benefícios reais e palpáveis”.

Os dois criticaram, tal como já tinha feito o antigo líder do CDS-PP Paulo Portas, o “esquecimento do Governo” na comemoração dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões, que Viegas classificou mesmo como “uma comédia burlesca”

Na área da educação, foram oradores na convenção a dirigente estudantil Gabriela Cabilhas (que irá nas listas da AD pelo Porto) e o investigador Alexandre Homem Cristo (por Lisboa), que criticou o período turbulento no setor e reiterou o compromisso da coligação com a devolução do tempo de serviço congelados dos professores.

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