24 jan, 2024 - 09:18 • Susana Madureira Martins , João Malheiro
Paulo Raimundo não descarta o regresso do IVA Zero, mas realça que sem fixação de preços, a medida "fica aquém do que precisamos" para fazer face à inflação.
Em entrevista à Renascença, o secretário-geral do PCP avisa que a "inflação não passou" e o grosso da mesma está a afetar o preço dos bens alimentares.
"Não houve nenhum esforço para apoiar essa medida por parte da grande distribuição que continua a amealhar lucro", critica.
Questionado sobre as sondagens apontarem uma nova queda da CDU, nas próximas Legislativas, Paulo Raimundo acredita no cenário inverso, dizendo que é possível aumentar os atuais seis para 12 deputados.
"Ontem estive no Algarve e saí de lá com expectativa de voltar a eleger no Algarve, que já não acontece em 2015. Não queremos chegar ao 10 de março e termos mais votos e mais deputados só para agitar bandeiras. A questão fundamental é que mais votos na CDU implica abrir caminho à vida que as pessoas têm direito", defende.
O secretário-geral do PCP não esclarece se apoiaria um Governo minoritário do PS liderado por Pedro Nuno Santos, mas recordou os tempos da Gerigonça precisamente para recordar que "a força que tivemos obrigou-os a tomar medidas que estavam longe da sua vontade".
"Não queremos alimentar ilusões. Não alimentamos a ideia que estamos perante um novo Partido Socialista", acrescenta, por outro lado.
Questionado relativamente à posição do PCP sobre a guerra na Ucrânia, Paulo Raimundo diz que "a cada dia que passa fica evidente que o PCP tinha razão".
"Temos uma guerra que está a matar milhares de pessoas. A solução daqueles que apostam na guerra está à vista", afirma.
Sobre a regionalização, o líder comunista aponta para o referendo como a única via, atualmente, prevista pela Constituição.
Paulo Raimundo esteve esta quarta-feira nos estúdios da Renascença, onde responde às questões da jornalista Susana Madureira Martins e, depois, será alvo do "Desculpa, mas vais ter de Perguntar", com Joana Marques, Inês Lopes Gonçalves e Ana Galvão.
A entrevista foi transmitida em antena e pode ser recordada no Youtube da Renascença.
Esta foi a terceira de uma série de entrevistas aos líderes partidários com assento parlamentar, a caminhos das eleições legislativas marcadas para 10 de março. A próxima convidada será Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, na sexta-feira.