26 jan, 2024 - 12:01 • André Rodrigues
As mais recentes suspeitas de corrupção na Madeira, que envolvem o presidente do Governo Regional, são o culminar da “podridão do regime jardinista”, denuncia Gil Canha, antigo deputado regional que, em 2018, foi o autor de várias denúncias no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) sobre as relações entre o Executivo de Miguel Albuquerque e os principais grupos económicos da região.
Em causa, diz o antigo deputado e ex-vereador na Câmara do Funchal, "os três grandes grupos económicos - o Grupo Pessoa, o Grupo Pestana e o Grupo Avelino Farinha & Agrela – que já controlavam toda a economia, a comunicação social e condicionavam o próprio governo regional”.
Nestas declarações à Renascença, Gil Canha saúda “este choque” para pôr cobro ao que diz ser uma “situação de exceção”, embora admita ter “sérias dúvidas de que isto dê algum resultado prático”.
Questionado sobre a posição assumida pelo líder regional do PS, Paulo Cafofo - que exige a demissão de Miguel Albuquerque sob o pretexto de que “a Madeira não pode ser o faroeste” - Gil Canha, que foi vereador do urbanismo no tempo em que o Cafofo era presidente da Câmara do Funchal, diz não reconhecer dimensão moral para proferir essas declarações.
Pedro Calado, autarca do Funchal, é visto como o “(...)
Há um ano, o Ministério Público abriu um inquérito a Paulo Cafofo, por suspeitas de tentativa de financiamento do PS-Madeira, através da viciação de contratos de obras públicas com empresas privadas dos setores da publicidade e da construção civil.
Os factos remontam ao tempo em que o, ainda, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas era autarca do Funchal, entre 2013 e 2019.
As suspeitas, que também envolvem as autarquias de Machico, Porto Moniz e Ponta do Sol apontam para a possível prática dos crimes de corrupção, tráfico de influências, participação económica em negócio e abuso de poder.
Perante estes factos, e a posição assumida pelo líder regional do PS, Gil Canha entende que “Paulo Cafofo tem os mesmos tiques de corrupção que o dr. Miguel Albuquerque e que o senhor Pedro Calado” e está a tentar "cavalgar uma onda em que ele não tem nenhum princípio, nem nenhuma estrutura ética para dizer seja o que for” em matéria de corrupção.