26 jan, 2024 - 14:36 • Susana Madureira Martins com Lusa
O ex-deputado do PSD Maló de Abreu não vai constar da lista de candidatos pelo Chega às eleições legislativas de 10 de março. A saída de Maló foi anunciada pelo próprio e já confirmada à Renascença por fonte da direção do partido.
A mesma fonte assegura que a decisão de saída foi por "mútuo acordo" e sublinha que o diálogo entre as ambas as partes foi "muito cordial" e depois de ter entendido que André Ventura “não pode ter dois critérios”.
Já Maló de Abreu, numa declaração enviada à Agência Lusa, escalrece que comunicou "a quem de direito que não integrarei as listas do Chega, nem serei candidato a deputado. Porque sou um homem livre e dono do meu destino".
A decisão surge na sequência da polémica criada após uma notícia da revista Sábado, segundo a qual Maló de Abreu (que passou recentemente a deputado não inscrito depois de ter saído do PSD) recebeu cerca de 75 mil euros em subsídios e ajudas de custo por ter declarado residência em Luanda.
A Sábado noticiou que, apesar de ter residência em Luanda, Maló de Abreu viveu "maioritariamente entre Lisboa e Coimbra" ao longo desta legislatura.
Na missiva, enviada à Lusa, Maló de Abreu assegura que a sua vida "passou e passará por Luanda", rejeitando ter recebido quaisquer subsídios abusivamente.
O presidente do Chega tinha afirmado que António Maló de Abreu seria excluído das listas de candidatos a deputados caso se confirmasse "que recebeu abusivamente" subsídios por ter declarado a sua residência em Luanda aos serviços do parlamento.
No dia 10, Maló de Abreu informou o secretário-geral do PSD que deixava o partido e transmitiu ao presidente do grupo parlamentar social-democrata que passaria à qualidade de deputado não inscrito até ao final da legislatura.
Dez dias depois, foi anunciado por André Ventura como cabeça de lista do Chega às legislativas pelo círculo fora da Europa.