29 jan, 2024 - 04:40 • Lusa
O conselho regional do PSD/Madeira escolhe, esta segunda-feira, o nome a propor para liderar o executivo madeirense, depois de Miguel Albuquerque ter sido constituído arguido num processo que investiga suspeitas de corrupção e anunciado que vai abandonar o cargo.
Líder do Governo Regional madeirense desde 2015, para que tinha sido reconduzido após as eleições regionais de 2023, Albuquerque anunciou que ia abandonar o cargo na sexta-feira, dois dias depois de ter sido constituído arguido num inquérito que investiga suspeitas de corrupção, abuso de poder, prevaricação, atentado ao Estado de Direito, entre outros crimes.
O processo envolve também dois empresários e o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), os três detidos numa operação policial desencadeada em 24 de janeiro sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias cidades do continente.
Miguel Albuquerque tinha garantido mais do que uma vez que não se demitia, mas a ameaça do PAN de romper o acordo de incidência parlamentar com o PSD e CDS-PP caso o líder do executivo se mantivesse no cargo fez alterar a sua posição. Este acordo permite à coligação que governa a região, PSD/CDS-PP, ter maioria absoluta no parlamento regional.
O PS/Madeira, o maior partido da oposição, já exigiu a realização de novas eleições, recusando aceitar que a coligação PSD/CDS-PP continue a liderar o Governo mesmo sem Miguel Albuquerque.
O anúncio do nome proposto pelo PSD para chefe do executivo regional está previsto para o final da tarde .
Também esta segunda-feira, os três detidos na quarta-feira por suspeitas de corrupção na Madeira, entre os quais o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), começam hoje a ser interrogados, em Lisboa.
O arranque dos trabalhos está marcado para as 14h00, no Tribunal Central de Instrução Criminal, no Campus de Justiça.
Na sequência deste processo, Pedro Calado decidiu renunciar ao cargo de presidente da autarquia.
Em causa estão suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência, segundo a PJ.