30 jan, 2024 - 11:35 • Teresa Paula Costa
O economista João Duque disse nesta terça-feira que os partidos levam para lugares cimeiros do governo pessoas que estão ligadas a casos de corrupção e defendeu que o primeiro-ministro deve selecionar melhor os candidatos.
No programa As Três da Manhã, João Duque comentou a descida de Portugal no índice de perceção da corrupção, anunciada pela organização Transparência Internacional.
Corrupção. Portugal desce um lugar no índice de perceção
País desceu um lugar no índice de perceção, igualo(...)
Para João Duque, “o sistema político que geramos e que estamos a desenvolver em Portugal e é praticado não ajuda”.
“Quando temos um governo que acaba por sair ligado a vários casos de corrupção, dá-nos a sensação de que o sistema está a gerar uma forma de levar ao poder quem depois tem comportamentos desta natureza”, ou seja, “estamos sucessivamente a assistir em Portugal a um desfilar de casos que não ajudam e, até mais, contribuem para o agravar desta situação”.
Para o economista, a raiz do problema está no facto de “os partidos acabam por levar até aos lugares superiores de colocação no governo, pessoas que não deveriam ascender a esses lugares”.
Por isso, apela a que “quem é nomeado primeiro-ministro tenha uma forma de escrutínio e de seleção de pessoas que leve a que apenas escolha aqueles que, aparentemente, pelo seu passado e pela sua forma de estar na vida, não vão aumentar esta sensação de que é tudo corrupto”.
A situação, reconhece João Duque, leva a que aumente a percentagem de jovens com intenção de votar no Chega.
“Um jovem que não tem memória, que chega e cresce num ambiente em que, sucessivamente, vai vendo que as pessoas ligadas ao poder atual estão muito contaminadas por estes casos, acaba por olhar para o espetro de partidos que se oferecem como alternativa e pergunta quem pode ser o meu representante da indignação contra isto”.
A resposta “acaba por ser o Chega”, pois é ele “que mais barulho faz, aparentemente, na praça pública”.