03 fev, 2024 - 14:04
A coordenadora do Bloco de Esquerda defendeu hoje que iniciativas que incitam ao ódio não deveriam ser permitidas pela Constituição portuguesa, alegando que o país deve afirmar "a decência contra o ódio e contra o medo".
Mariana Mortágua referia-se ao protesto da extrema-direita "contra a islamização da Europa" que está agendado para hoje em Lisboa, entre o Largo Luís de Camões e a Praça do Município.
"Nos últimos dias têm saído noticias e reportagens importantes de como Portugal precisa destes imigrantes, que são quem garante a agricultura, as pescas, a restauração e a segurança social e as pensões", disse numa declaração aos jornalistas no final de uma visita a um centro de treino de boccia, praticado por pessoas com deficiência, no Seixal.
A coordenadora do BE considerou existir hoje um equilíbrio no sistema de pensões porque os imigrantes estão a contribuir com 1.600 milhões de euros líquidos para a segurança social.
"É em nome desta decência de quem quer condições para toda a gente que está a ajudar o país a crescer que nos candidatamos e estaremos sempre aqui para afirmar a decência contra o ódio. É assim que se constrói um país", frisou.
Questionada sobre a sondagem SIC/Expresso divulgada na sexta-feira, segundo a qual o Chega subiu e já atinge os 21%, havendo uma estagnação do PS e da AD, com BE e IL a terem ambos 5%, Mariana Mortágua disse que "as sondagens já enganaram o país no passado e que "a procissão vai no adro"".
"O jogo está a começar agora e acredito que Portugal vai ter a seguir às eleições uma maioria capaz de resolver os problemas da habitação, da saúde e ter medidas para subir os salários", disse, afirmando que é com esse projeto mobilizador que conta ter uma vitória e que uma maioria terá de ter o Bloco de Esquerda.
O BE, adiantou, é determinante para a construção de uma maioria que seja "uma viragem e que corrija os erros da maioria absoluta, trazendo estabilidade à vida das pessoas", concluiu.