09 fev, 2024 - 18:25 • Susana Madureira Martins
O programa eleitoral da Aliança Democrática (AD) divulgado esta sexta-feira prevê "encetar, com caráter prioritário, um processo de valorização profissional e remuneratória dos homens e mulheres que servem nas forças e serviços de segurança".
O programa da AD não refere especificamente o polémico suplemento aprovado pelo Governo para a Polícia Judiciária e que a PSP e a GNR reivindicam, mas abre a porta a um "processo para recuperar a atratividade das carreiras de segurança, designadamente, por via da referida revisão remuneratória".
As garantias às polícias surgem em várias partes do documento da AD, ficando garantida a "prioridade estratégica e orçamental de resolver as carências mais dramáticas" de profissões do Estado onde se incluem as polícias.
O texto refere mesmo a "necessidade de esforços especiais para compensar o desincentivo e desvalorização material e profissional" de algumas dessas profissões. Não é, contudo, especificado, nem calendarizado pela AD o modo como irá acontecer esta valorização das remunerações das forças de segurança.
Na intervenção desta sexta-feira na Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa, o líder do PSD dizia que a coligação quer "abrir diálogo" com as forças de segurança para "repor justiça" ao setor.
Luís Montenegro foi, desta vez, mais taxativo nas garantias às polícias do que há duas semanas, em que, numa sessão da AD no Luso disse que se procuram um primeiro -ministro que diga sim a todas as reivindicações, "eu não sou esse primeiro-ministro".
"Isso não é governar, não vamos responder a todos os cadernos reivindicativos a cinco ou seis semanas das eleições. Se querem isso, devem procurar outra opção", acrescentou o líder do PSD no final de janeiro.
Agora, no programa eleitoral, a AD promete "executar o quadro plurianual de investimentos nas forças de segurança, nomeadamente, em equipamentos, formação, especialização e instalações que carecem de avultados investimentos que importa concretizar".
Entre as promessas do texto constam ainda a promoção de "uma maior cooperação e articulação entre as forças e serviços de segurança" ou "reforçar a autoridade das forças de segurança e defender o agravamento do quadro sancionatório penal nos crimes praticados contra os agentes das forças de segurança".