20 fev, 2024 - 19:18 • Marta Pedreira Mixão , Ana Kotowicz
Recentemente, questionado sobre as sondagens que apontam as forças da direita política à frente do conjunto dos partidos de esquerda, Pedro Nuno Santos afirmou que há estudos de opinião "para todos os gostos" e colocou em dúvida se é correto, ou não, somar as intenções de voto na AD (coligação PSD/CDS-PP/PPM) com as do Chega, argumentando que "Luís Montenegro diz uma coisa e André Ventura diz outra".
O líder socialista afirmou que se Montenegro não contar com o Chega, então, todas as sondagens apontam que a Esquerda é maioritária em comparação com a soma de Aliança Democrática com a Iniciativa Liberal.
"Partindo do pressuposto do líder do PSD, ou seja, que 'não é não', então o PSD exclui o Chega de qualquer solução de Governo. Nesse caso, se olharmos, verificamos que não há diferenças entre sondagens, já que a esquerda é sempre maioritária quando comparamos com a AD mais a Iniciativa Liberal", disse. Mas será mesmo assim?
A esquerda tem 39,3% das intenções de voto e a direita conta com 33,2%, se olharmos paras as contas, como faz o líder do PS e de acordo com as mais recentes sondagens.
A cerca de três semanas das eleições legislativas, e de acordo com a Sondagem das Sondagens, a esquerda somaria 39,3% das intenções de voto, com 2,7% dos votos para o Livre, 2,5% para a CDU, 5,4% para o Bloco de Esquerda (BE) e com o Partido Socialista (PS) a liderar as intenções de voto dos portugueses com 28,7%.
E à direita, uma eventual coligação entre a Aliança Democrática e a Iniciativa Liberal, conseguiria 33,2% dos votos – com 27,9% para a AD e 5,3% para a IL.
De fora destas contas, temos ainda o Chega e o PAN, com 17,6% das intenções de votos e 2%, respetivamente.
Por isso, de acordo com a Sondagem das Sondagens, a afirmação de Pedro Nuno Santos é verdadeira, mas... mesmo que Pedro Nuno Santos duvide que o Chega se junte à AD, a verdade é que este partido não vai desaparecer do Parlamento e é a terceira força política. Portanto, o PS, mesmo que coligado com a esquerda, e até com o PAN, conseguiria 41,3%, ficando sempre nas mãos da direita (AD, IL e Chega) para conseguir viabilizar um Governo.
Relembramos que, em janeiro, Montenegro afirmou que governará “se ganhar as eleições e na base de um apoio que não integre o Chega”. Caso Montenegro volte atrás com a afirmação, os partidos à direita surgem em vantagem contando com o Chega, com 50,8% das intenções de voto. Se os resultados das sondagens se confirmarem a 10 de março, esta é a única forma de se chegar a um governo maioritário.
A Sondagem das Sondagens reúne todos os inquéritos de opinião políticos realizados em Portugal, filtrando o ruído estatístico para chegar à melhor estimativa dos resultados das eleições.