24 fev, 2024 - 11:02
Nuno Botelho viu um “empate” no debate entre Pedro Nuno Santos e Luis Montenegro. No entanto, o presidente da Associação Comercial do Porto diz que o secretário geral socialista está a ser “incoerente” nas declarações sobre a viabilização de eventuais governos minoritários. Para Nuno Botelho trata-se de “uma discussão tática” que diz pouco aos portugueses e que serve para não discutir “problemas concretos do país”.
No final de uma semana marcada pelos debates entre os líderes partidários, ainda em pré-campanha para as eleições legislativas, Nuno Botelho diz que PS e AD entraram numa “discussão tática”, num “jogo permanente”, que pouco diz aos portugueses. Em causa está a troca de argumentos sobre se “o partido A viabiliza o governo do partido B”, não só durante o debate entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro, como também nos dias que se seguiram.
O presidente da Associação Comercial do Porto alega que o PS, depois de “ter andado durante anos a discutir o fantasma do Chega”, algo que “acabou desmentido pelo 'não é não' de Montenegro”, agora prefere discutir o problema sobre quem viabiliza o quê, para não discutir “os problemas concretos do país”. “Uma tática do Partido Socialista”, uma vez que “Pedro Nuno Santos tem muita dificuldade em discutir os problemas da Justiça, da Saúde ou da Educação”. Já Luis Montenegro “mantém-se na sua e não responde, ou se responde é por poucas palavras” e isso “também é uma tática tão legítima como a contrária”. Portanto, “desse ponto de vista, continuamos na mesma”.
Para Nuno Botelho, Pedro Nuno Santos “esteve mal” e está a ser “incoerente” depois de, primeiro, ter “sugerido a hipótese do PS viabilizar um governo minoritário da AD”, por ter entendido que seria “interessante para si fazê-lo”, para depois “aparecer a contradizer-se por duas vezes e a dizer, inclusivamente, que se sentia desobrigado a viabilizar esse Executivo da AD”. O secretário-geral socialista “volta depois a admitir o contrário, exigindo a reciprocidade” de Luís Montenegro.
De qualquer forma, o presidente da Associação Comercial do Porto considera que esta matéria é “mais mediática do que outra coisa” e “que não é muito relevante para a vida dos portugueses.”
Sobre o debate entre Pedro Nuno Santos e Luis Montenegro, Nuno Botelho diz que terminou com um “empate”, com o secretário-geral do PS a estar bem “na questão das pensões” e com o líder da AD a “sobressair na questão da saúde”.
Norte da semana
Conferência da CIP sobre o pacto social. “A Confederação Empresarial de Portugal promoveu esta semana um congresso no Porto com o título 'Pacto social. Mais economia para todos' em que juntou nomes de grande relevância das empresas, da academia e da política. Promoveu, de facto, um debate sério e estruturado sobre as condições que devem ser criadas à economia para termos um país mais competitivo. Um elogio a Armindo Monteiro e à CIP por esta por esta iniciativa.”
Desnorte da semana
Lula sobre Gaza e morte de Navalny. “Lula da Silva compara a situação em Gaza ao Holocausto, dizendo que aquilo que Israel está a fazer ao povo palestiniano é o mesmo que o genocídio que Hitler fez aos judeus. Eu acho que, não só a comparação é absurda, como peca por ignorância. O Holocausto matou milhões de pessoas e este é um insulto inacreditável ao povo judeu e ao Estado de Israel. Esta é, de facto, mais uma declaração inaceitável de Lula, que deveria ser condenada por todos e pelo Ocidente. Não poderia também deixar de referir a morte de Alexei Navalny às mãos de um criminoso, que é Vladimir Putin. Uma morte que a todos os deve entristecer.”