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Eleições legislativas 2024

Educação. IL dá nota seis ao estado da escola pública

25 fev, 2024 - 22:26 • Filipa Ribeiro

Rui Rocha começa campanha eleitoral com o sector da Educação no centro da mesa. A Iniciativa Liberal viu "de fora" uma escola a precisar de obras em Azeitão e juntou-se num almoço debate sobre a escola pública.

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“O Governo socialista é bom em propaganda e péssimo na execução”, afirmou o líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, no começo da campanha, em Setúbal, na qual a educação foi a primeira bandeira levantada pelo partido.

O líder da IL, não perdeu tempo em culpar o PS pelo que classifica de sector “degradado”. Rui Rocha recorreu ao exemplo das creches gratuitas colocando a questão: “Quantos milhares de famílias não podem beneficiar do programa?”.

O presidente dos liberais acredita que o problema da falta de vagas nas creches se resolve com um vale de 480 euros para que as famílias possam escolher entre matricular as crianças em instituições sociais ou privadas.

A liberdade de escolha entre ensino público e privado é a medida mais vincada para a área da educação, uma vez que os liberais acreditam que só o investimento no sector pode ajudar ao elevador social. Estas foram as ideias mais fortes num almoço que juntou vários membros do partido, em Palmela, inclusive o antigo líder da IL, João Cotrim Figueiredo.

Rui Rocha acredita que se está a “condicionar o futuro das gerações com os oito anos de governação socialista” e enumera as razões: “[Há] milhares de alunos sem professores a uma disciplina, maus resultados nas avaliações internacionais, como o PISA, e milhares de professores desmotivados”.

Numa intervenção depois do almoço, o líder da Iniciativa Liberal realçou que os planos de recuperação do PS não funcionaram fazendo referência ao secretário-geral socialista: “Não funcionaram Pedro!”.

Ainda no período de manhã em Azeitão questionado sobre o estado da educação, Rui Rocha não hesitou avaliar. " De 0 a 20? Dou seis ao estado da educação", disse.


Visita ao domingo porque a degradação da escola pública não escolhe dia

Mesmo sendo domingo e consequentemente tendo os portões fechados, Rui Rocha optou por começar o caminho para as eleições do lado de fora da Escola Básica 2,3 de Azeitão, mas não estava sozinho. Ao seu lado direito, pelo passeio caminhou sempre Fernando Morgado - presidente da Associação de Pais.

Nos períodos de silêncio, os olhos estavam postos na escola que parece que parou no tempo, mesmo estando a menos de uma hora da capital, Lisboa. As janelas estreitas nas paredes azuis e brancas marcam o edifício. Há ainda algumas árvores, mas poucos espaços verdes e dois barracões de madeira.

“Independentemente dos dias, os pavilhões de madeira aqui atrás estão cá ao domingo e durante a semana e é importante saber o que estamos e o que não estamos a fazer aos jovens portugueses. Há muita propaganda e números mas a realidade em muitos sítios é este”, diz Rui Rocha em frente à escola básica de Azeitão para justificar a passagem por uma escola ao fim- de –semana.

Fernando Morgado trazia a lista de problemas na ponta da língua. Persianas estragadas, barracões de madeira que servem de salas de aula, falta de espaços abrigados e a maior ausência de todas – um pavilhão para a prática de desporto.

“Fazem educação física numa sala de aula e há exercícios que não podem ser feitos”, diz Fernando Morgado, lamentando com Rui Rocha que muitos dos alunos que seguem para o ensino secundário chegam mais limitados às aulas de educação física.

Mais adiante, Rui Rocha pergunta: "Já falaram com entidades sobre o problema?” Fernando Morgado diz que há interesse da Câmara Municipal que entregou já o um projeto à DGESTE- Direção Geral de Estabelecimentos Escolares para a escola, mas não há ainda resposta.

“Já convidamos o Ministério da Educação a visitar a escola, o Ministério da Coesão Territorial, mas não tivemos uma visita” diz o presidente da associação de pais que indica que o próximo passo é “fazer barulho”.

A visita de cerca de uma hora a uma escola que sonha com melhores condições foi o toque de partida para as semanas de campanha.


A ambição renovada de chegar aos 12 deputados

O primeiro de 13 dias de campanha terminou com uma visita ao Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia, em Évora. O presidente da Iniciativa Liberal aproveitou a ocasião para mencionar a ambição de eleger 12 deputados, com a estratégia para uma campanha “com dias temáticos, desde saúde, inflação, habitação e educação e por uma campanha alegre”, complementa o líder dos liberais.

Nas declarações aos jornalistas, ainda houve tempo para responder a Pero Nuno Santos que afirmou que votar na direita é uma lotaria. Rui Rocha ripostou e considera que “votar no socialismo é votar no mesmo e que é importante dizer a Pedro Nuno Santos que quase metade dos governos na Europa são integrados por partidos liberais, [são] soluções testadas. Enquanto, que apostar nos socialistas é uma aposta perdida, de perda de tempo, de soluções e de jovens “, rematou.

Rios de dinheiro na IL? Negociações de governo secretas?

Durante um almoço comício do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, no sábado, falou em rios de dinheiro na Iniciativa Liberal, dizendo que o partido de Rui Rocha recebeu financiamento diretamente do presidente da EDP.

O líder da Iniciativa Liberal diz que se trata de uma “imputação falsa” e defende que o partido é transparente. “O financiamento partidário tem legislação própria e é auditado, não há mais nada a dizer”, afirma.

Ainda da esquerda chegou a confissão de José Luís Carneiro do PS que diz que soube de negociações escondidas entre a AD e outros partidos. Neste caso Rui Rocha salta fora e recorda que no debate com Luís Montenegro apresentou as 10 condições para uma futura solução política e que tudo se mantêm “com total transparência”.

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