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Debate da Rádio

"Vamos ver" se há Passos na campanha, o "passo civilizacional" e o one man show: a ronda final do debate da rádio

26 fev, 2024 - 12:30 • Hugo Tavares da Silva

No derradeiro debate entre líderes com assento parlamentar, a ronda final tocou em assuntos sensíveis, como saúde, touradas e Navalny.

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Na ronda final do debate nas rádios, nas antenas de Renascença, Antena 1, TSF e Observador, as perguntas exigiam um dedo rápido no gatilho aos participantes (um leque que não contava com André Ventura, o líder do Chega, que optou por não estar presente).

Rui Tavares foi o primeiro a entrar na fugaz roda viva. O Livre é ou não é um partido de um homem só? Vai ou não vai candidatar-se às Europeias? “No dia 11 vamos ver qual é o cenário que temos em cima da mesa, não faz sentido falar do cenário das Europeias”, defendeu-se. “Aliás, adiámos as nossas eleições primárias por causa disso. O que estamos a batalhar é ajudar a esquerda a ganhar eleições”, acrescentou.

A líder do PAN foi questionada sobre a ideia de os espectadores de touradas terem idade mínima de 16 anos e se isso seria um factor decisório para a viabilização de um Orçamento do Estado. “Não fazemos depender qualquer OE de uma única medida, apesar de acharmos que há um passo civilizacional que tem de ser dado”, disse.

Então, é ou não é uma linha vermelha? “É uma linha vermelha para os que querem retroceder nos direitos da proteção dos animais. Queremos um país em que possamos cuidar das pessoas, proteger animais e defender a natureza, isso inclui a abolição de touradas. Sabemos que há aqui alguns partidos que trazem, na sua AD, o revivalismo das touradas", declarou Sousa Real.

Seguiu-se Paulo Raimundo, convidado a esclarecer a posição do PCP sobre a morte numa prisão russa de Aleixei Navalny, o maior opositor de Vladimir Putin e do Kremlin, por exigir uma averiguação ao incidente. Não se trata agora de uma ingerência num assunto interno da Federação Russa? “Perante as circunstâncias, é normal que se exija o esclarecimento cabal do que aconteceu e se retire as conclusões necessárias.”

O líder da Iniciativa Liberal foi desafiado a dizer quanto custam as taxas moderadoras nos hospitais públicos. Primeiro disse que haviam sido “abolidas”, que isso “não era o ponto essencial”, depois apontou para 20 euros, um valor um pouco acima do que se verifica realmente (€14 urgência básica, €16 urgência médico-cirúrgica).

Um sonho antigo de Francisco Louçã foi trazido para o debate das rádios: será desta que Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda, será ministra das Finanças? Depois do sorriso, a resposta: “A responsabilidade governativa depende dos votos. O Bloco estará pronto para assumir as responsabilidades, tendo em conta o programa que for para aplicar e o resultado eleitoral que tiver”.

Pouco ou nada se falou de Pedro Passos Coelho durante as duas horas de debate, no derradeiro dos debates, mas nesta ronda final o antigo líder do PSD foi resgatado. Estará presente na campanha? “Logo vemos…”, disse, enigmaticamente, Luís Montenegro.

Também Pedro Nuno Santos, líder do Partido Socialista, foi questionado sobre um tema de saúde para fechar a participação neste encontro entre líderes de partidos com assento parlamentar. Numa entrevista recente revelou que a última ida ao hospital foi a um privado. Quando foi a última vez num hospital público? “Não foi há muitos meses, no Hospital de Santa Maria”, indicou. “Vou ao SNS e não deixo de fazer como outros portugueses, que também vão aos hospitais privados.” Esta deixa permitiu o rejubilo de Rui Rocha, da IL: “Liberdade de escolha…”

E o candidato do PS continuou: “Fui recentemente à Estefânia, com o meu filho. O SNS dá resposta aos problemas da minha família, como dá aos problemas das famílias dos portugueses”. O líder do Partido Socialista admitiu que não tem médico de família, ao contrário da sua mulher e do seu filho.

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