26 fev, 2024 - 13:06 • Olímpia Mairos
Os líderes dos vários partidos estão de acordo no que toca ao apoio ao financiamento à Ucrânia, embora Paulo Raimundo não tenha sido claro quando questionado se esse apoio seria também militar.
“Todo o financiamento à reconstrução e recuperação”, diz o secretário-geral do PCP. Já quando a apoio militar, Raimundo não esclarece, dizendo apenas que “andamos há dois anos nisto e as consequências estão à vista e não vai melhorar se continuarmos nessa opção”.
No debate da rádio, Pedro Nuno Santos, Luís Montenegro, Mariana Mortágua, Rui Rocha respondem “sim” de forma telegráfica como foi pedido.
Já Inês Sousa Real explica que “a crise humanitária e também democrática que se vive na Ucrânia acaba por exigir que sim, que que haja um apoio, quer financeiro para a reposição da paz, quer de soluções de acolhimento também, por exemplo, não só de estudantes, professores e de todas as pessoas que possam precisar também no nosso país de retomar as suas vidas ajudando e cooperando nessa matéria do ponto de vista Internacional europeu”.
Rui Tavares responde também que sim, argumentando que “Putin não pára sozinho. Putin tem que ser parado. E para derrotar esta tentação imperialista na Europa, sem a qual não teremos sossego, é preciso derrotar Putin”.
“Acho muito difícil chegar aos 2%” de gastos na Defesa, assumiu o líder da AD, Luís Montenegro, adiantando que “não voltaremos ao serviço militar obrigatório”.
“Sabemos quem são os nossos aliados”, diz o líder da AD, referindo-se à NATO e à UE, acrescentando que é preciso “cumprir acordos internacionais e estar num percurso de alinhamento” com os parceiros.
Montenegro admite que é preciso “reforçar o orçamento de defesa”, mas considera “muito difícil de chegar aos 2%”, uma vez que é preciso “baixar impostos, salvar serviços públicos”, entre outras prioridades.
Já Pedro Nuno Santos garante que o Estado português vai cumprir com a NATO e chegar a 2% da Defesa até ao final da década.
“Vivemos num tempo de grande incerteza, com uma guerra na Europa, não há espaço para hesitação do Estado português nem dos seus líderes políticos que devem ser claros e frontais nas suas posições”, diz o secretário-geral do PS que recusa o regresso do serviço militar obrigatório, argumentando que “esse não é o caminho”, que deve passar pelo “reforço das carreiras militares”.
Mariana Mortágua entende que os gastos na Defesa, “devem ser os necessários para defender o país e a Constituição” e não para “favorecer os interesses estrangeiros”, ao invés dos nacionais.
Em resposta a Luís Montenegro, a líder bloquista diz que “se não baixar o IRC, talvez o PSD tenha dinheiro para gastar na Defesa”, referindo-se à questão dos 2% do PIB para a Defesa, assinalando, ainda, que “Portugal deve colocar-se em iniciativas de paz e não de guerra”.
Na visão de Paulo Raimundo, os gastos na defesa “devem ser os necessários para defender o país e a Constituição” e não para “favorecer os interesses estrangeiros”, ao invés dos nacionais.
O líder comunista avisa, ainda, que não se deve desvalorizar um descontentamento latente nas forças armadas, lembrando que “as forças armadas juram fazer cumprir a constituição”.
“Se temos de estar descansados sobre alguém mostrar o seu justo descontentamento são eles”, sublinha.
À pergunta sobre se o futuro para Portugal poderia ser, à semelhança do que acontece noutros países, recorrer a grupos militares privados para garantir a segurança do país, Rui Rocha respondeu que “não”.
Também quanto ao serviço militar obrigatório, respondeu “não”, defendendo que a especialização necessária que a Defesa precisa, “não é compatível com uma recruta que não serve para nada”.
O PAN também recusa o serviço militar obrigatório e alerta para a “dimensão devastadora humanitária e ambiental” de atuais conflitos, defendendo “um esforço de cooperação internacional na reposição da paz”.
Inês Sousa Real lembra, ainda, a pegada ecológica afirmando que “os testes com equipamento militar têm um impacto ambiental muito significativo”.
Falando sobre os gastos na Defesa, Rui Tavares defende que “gastos prioritários na Defesa devem ser com veteranos”, explicando que “uma maneira de mostrar às novas gerações, que possam estar interessadas em servir o país nas Forças Armadas, é tratar bem os veteranos”.
O candidato do Livre aponta, ainda, a lei das infraestruturas militares, frisando que muitas infraestruturas estão obsoletas.
“Uma governação na qual o Livre seja determinante não pode abandonar a Ucrânia - a Ucrânia tem que ser ajudada a vencer - tem que ter em cima da mesa o reconhecimento da independência Palestina, sem esperar pela EU, porque não há uma solução de dois Estados sem reconhecer os dois Estados e tem que ter o aprofundamento da União Europeia nas suas componentes de Defesa”, conclui.
No debate da rádio, Pedro Nuno Santos concorda com valorização das carreiras também nas Forças Armadas e Luís Montenegro admite que o Estado vai ter de fazer um esforço no que toca à valorização salarial também neste setor.
O último debate entre os candidatos dos partidos com assento parlamentar, à exceção de André Ventura do Chega, que optou por estar ausente, aconteceu esta segunda-feira nas rádios Renascença, TSF, Antena 1 e Observador.
Veja ou reveja o debate aqui no YouTube da Renascença.