27 fev, 2024 - 14:22 • Cristina Nascimento
“Desculpe a invasão.” Foi assim que Paulo Raimundo foi entrando em sapatarias, ourivesarias, lojas de roupas, tomou café e cumprimentou toda a gente no centro de Setúbal. O líder do PCP reconhece que ali se “sente em casa”, mas, acrescenta que o acolhimento que recebe é o mesmo ali ou em Lamego ou noutros pontos do país.
À saída do café, um grupo de professores espera por Paulo Raimundo. “Estamos preocupados com o estado da educação e queremos saber o que defende a CDU”, diz um deles.
Paulo Raimundo esclarece que defendem a escola pública, a valorização dos profissionais do setor e recusa ideias como as do cheque-ensino. E, claro, não faltou à conversa o tempo de serviço. “Propomos a recuperação em três anos”, esclarece e, de seguida, olha para o futuro.
“Hoje ninguém se atreva a não querer reconhecer o tempo de serviço de professores. Alguns dizem que é em cinco, outros dizem em quatro, outros dizem que lá para 2030, mas essa batalha foi ganha e foi ganha pela pela vossa luta, pela vossa determinação. O ponto de partida para estas eleições não é o mesmo que era há dois anos e isso é muito importante”, enaltece.
Umas ruas mais abaixo, um jovem interpela Paulo Raimundo com preocupações sobre as condições de vida em Portugal. O líder do PCP reafirma que a valorização dos salários é um desígnio da CDU do qual “não vamos abdicar”.
No fim da arruada, a cabeça de lista por Setúbal, Paula Santos, deu o mote a falar de transportes públicos, pretexto para Paulo Raimundo defender que a redução do passe de 40 para “20 euros, num caminho para a gratuitidade” e defendeu que a “travessia do Sado deve ser incluída no passe intermodal”.
À parte da arruada, Paulo Raimundo foi questionado pelos jornalistas sobre a entrada de Passos Coelho na campanha da AD. “Ainda bem que veio”, responde de imediato.
“Assim ninguém fica com dúvidas o que é que se quer por parte do PSD, do CDS, mas também do Chega e Iniciativa Liberal que olham para Passos Coelho como se fosse o Eldorado”, acrescenta.
Raimundo considera que, desta forma “fica claro para todos que aquilo que esses partidos querem é voltar a 2011, aos tempos da troika, ao tempo dos cortes nos salários, dos cortes nos subsídios de férias, aos tempos do maior aumento de impostos de que há memória, aos tempos de empurrar os jovens para a emigração”.