27 fev, 2024 - 16:03 • Miguel Marques Ribeiro
O CDS/PP Madeira anunciou o fim da coligação regional com o PSD que vigorava desde 2019. Os dois partidos vão assim concorrer sozinhos nas próximas eleições regionais. A decisão terá sido tomada pelo presidente do governo regional, o social-democrata Miguel Albuquerque, e é descrita pelo líder centrista regional como uma "rescisão sem justa causa".
Rui Barreto falou aos jornalistas no final da reunião da Comissão Política Regional, que se realizou esta segunda-feira, lamentando o fim do acordo. “Os partidos tomam as suas decisões, têm as suas direções. Entendeu o PSD de romper com o CDS e ir a votos [sozinho]”.
Rui Barreto sugere, no entanto, que Albuquerque acabou por ceder a pressões internas. “Percebo que os partidos, muitas vezes cedam à tentação da claque interna, mas não sei se isso representa exatamente a razão. Não é a justificação para tal ter acontecido”, observou.
A 17 de fevereiro, o representante da República, Ireneu Barreto, decidiu manter em funções o governo demissionário da Madeira, até que Marcelo Rebelo de Sousa possa dissolver a Assembleia Legislativa regional, o que só pode ocorrer a 24 de março, seis meses após as últimas eleições legislativas regionais.
Miguel Albuquerque abandonou o cargo depois de ter sido constituído arguido, num caso judicial que envolve também o presidente da Câmara do Funchal e figura proeminente dos sociais-democratas na região, Pedro Calado. No entanto, Albuquerque já anunciou a intenção de se recandidatar.
Desde 2019 que existia uma coligação entre centristas e PSD no governo regional. O líder centrista sublinhou o papel positivo desempenhado pelo seu partido na governação madeirense. “Nos últimos cinco anos O CDS foi um fator de estabilidade, de competência, de responsabilidade no governo regional da Madeira. E isso é que é mais importante, isso é que nos deixa de facto de consciência tranquila”.
Barreto informou ainda da decisão de não se recandidatar no próximo Congresso do CDS. Ainda assim, o dirigente sublinhou o “legado muito bom” que deixa para o próximo líder centrista que venha a ser eleito no congresso eletivo previsto para abril.