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Nuno Melo pergunta se Pedro Nuno tem orgulho em todos os primeiros-ministros do PS

28 fev, 2024 - 00:29 • Lusa

Líder do CDS apelou ao voto dos portugueses "de direita e esquerda" descontentes com a situação do país e considerou que as sondagens deveriam ser proibidas durante a campanha eleitoral.

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O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, expressou esta terça-feira orgulho em Passos Coelho e todos os que chefiaram governos PSD/CDS-PP e perguntou se o secretário-geral do PS pode dizer o mesmo dos ex-primeiros-ministros do seu partido.

"Eu tenho orgulho de todos os primeiros-ministros de todas as AD"s do nosso passado", afirmou Nuno Melo, num comício da Aliança Democrática (AD) na Universidade da Beira Interior, na Covilhã, distrito de Castelo Branco.

Em seguida, o presidente do CDS-PP perguntou: "Pode o Pedro Nuno Santos dizer do mesmo modo de todos os primeiros-ministros de todos os passados de todos os PS"s? Pois é, pois é".

"O problema é que é bem capaz de ser que ele diga que sim. E isso também é uma grande diferença entre nós", acrescentou.

No seu discurso, Nuno Melo apelou ao voto dos portugueses "de direita e esquerda" descontentes com a situação do país e considerou que as sondagens deveriam ser proibidas durante a campanha eleitoral, "porque efetivamente condicionam os votos", ressalvando: "Não quero vincular ninguém, é a minha opinião".

Depois de dois dias ausente por ter testado positivo à covid-19, Nuno Melo discursou hoje pela primeira vez no período oficial de campanha para as legislativas antecipadas de 10 de março e começou por abordar "o assunto do momento": a entrada do ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho na campanha da coligação PSD/CDS-PP/PPM, na segunda-feira, em Faro.

"Nós corremos o país, ligo a rádio, ouço os jornalistas, com toda a sua competência, hoje o assunto era só Pedro Passos Coelho, Pedro Passos Coelho, Pedro Passos Coelho. E eu ouvi até o Pedro Nuno Santos dizer que na AD -- Pedro Nuno Santos, ele, sim, ressentido -- é o espírito de Pedro Passos Coelho que vai estar sempre presente em toda a campanha", referiu.

O presidente do CDS-PP questionou "como é possível" que o secretário-geral do PS tenha atribuído à governação de Passos Coelho "malfeitorias e enganos", e devolveu a acusação aos socialistas: "Malfeitoria foi deixar Portugal na bancarrota, não foi libertar Portugal dela. Isso é que foi uma malfeitoria".

"Já agora malfeitoria foi também o PS num momento da sua história ter escolhido José Sócrates para primeiro-ministro, não foi a AD ter libertado Portugal dele", prosseguiu.

Segundo Nuno Melo, em 2015 o PS recebeu "o país limpinho, com as contas regularizadas, sem nenhuma tutela externa" e não foi capaz "nem de aprender com os erros nem sequer de pedir desculpa".

"Isso, sim, é também uma grande malfeitoria", apontou.

Na parte final da sua intervenção, o presidente do CDS-PP criticou a situação da saúde, da educação, a dimensão dos impostos e o estado da habitação, pela qual responsabilizou Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas de 2019 a 2022.

Num apelo ao voto dos descontentes, Nuno Melo sustentou que "a pergunta que vai estar em cima da mesa não é se são de direita ou se são de esquerda", mas "se Portugal está bem ou está mal", acrescentando: "Se acharem que Portugal está bem, votem no PS, se acharem que Portugal está mal, votem na mudança, votem na esperança".

Antes, discursou a cabeça de lista da AD no círculo de Castelo Branco, Liliana Reis, que recebeu palmas ao defender "a eliminação total e imediata das portagens na A2 e a reposição das SCUT [autoestradas sem custos para o utilizador] que o Governo de José Sócrates reverteu em 2010".

Liliana Reis, professora na Universidade de Castelo Branco e deputada pelo PSD na Assembleia Municipal do Fundão, situou a AD como uma proposta de mudança de Governo, para que Portugal não se transforme "numa dinastia de um só partido político", mas que quer preservar o regime das ameaças populistas.

Na qualidade de professora de Relações Internacionais, apontou como um perigo eventuais coligações do PS com partidos à sua esquerda que "querem a saída de Portugal da NATO ou a recusa da união monetária".

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