28 fev, 2024 - 06:30 • Tomás Anjinho Chagas
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Ainda são as ondas de choque da entrada de Passos Coelho na campanha eleitoral. Esta terça-feira, o Chega somou o tema da imigração trazido pelo antigo primeiro-ministro ao facto de estar no concelho de Guimarães, o berço de Portugal, para desafiar os partidos à direita para um pacto sobre o tema.
André Ventura afirma que o Chega "nunca" disse que "não quer nenhum imigrante em Portugal", mas critica a forma como é atribuída a nacionalidade portuguesa: "Não podemos viver num país em que toda a gente entra sem controlo, sem qualquer critério", defende.
Perante uma sala repleta de algumas centenas de militantes do partido, em Balazar, no concelho de Guimarães, distrito de Braga, o presidente do Chega diz ainda que "não queremos mais bandidos em Portugal do que aqueles que já temos" para dizer que os imigrantes têm de "cumprir as nossas regras".
Feito o diagnóstico, Ventura desafia os partidos à direita para um "pacto de imigração" assente em três pilares: só consegue nacionalidade quem "conhecer minimamente a língua e a cultura", os estrangeiros que cometerem crimes "serão expulsos" e só os migrantes que tenham contribuído para a Segurança Social durante cinco anos é que podem receber subsídios em Portugal.
Ao terceiro dia, o Chega realizou a penúltima ação(...)
Depois de deixar o desafio, lembrou o discurso de Passos Coelho no comício do PSD em Faro: "Agora a AD acordou para a questão da imigração. Ontem até tiveram de levar dois estalos do antigo primeiro-ministro".
André Ventura interpreta as palavras do antigo líder de Governo: "Tudo traduzido podia ser assim: ó idiotas úteis acordem, que o Chega tem razão nesta matéria".
Para ilustrar, o presidente do Chega recorda ainda o caso das gémeas luso-brasileiras que foram tratadas no Hospital Santa Maria, em Lisboa, por causa de uma alegada cunha do filho do Presidente da República.
Ventura diz que o Brasil perguntou: "Quem são os maiores otários na Europa?" e apontou para Portugal. "Num país que não tem dinheiro para consultas e medicamentos, houve quatro milhões para dar a estrangeiros".
E finaliza: "Isto não é racismo nem xenofobia, comigo será mesmo assim: os portugueses primeiro", atira Ventura.