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Legislativas 2024

​Carvalhas na campanha da CDU. "Serão os malucos a pôr ordem no manicómio?"

29 fev, 2024 - 20:30 • Cristina Nascimento

Antigo secretário-geral do PCP, que sucedeu a Álvaro Cunhal, falou à Renascença à margem da Sessão Pública “Abril, Democracia, Liberdade, Cultura” virada sobretudo para a área da cultura.

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O antigo líder do Partido Comunista Português (PCP), Carlos Carvalhas, questiona-se se “serão os malucos a pôr ordem no manicómio”. O pensamento é elaborado a propósito do atual momento eleitoral e político do país.

À margem de uma aparição discreta - estava na nona fila da sessão cultural evocativa de abril que se realizou na Casa do Alentejo, em Lisboa -, Carlos Carvalhas, de 82 anos, prestou algumas breves declarações à Renascença.

Nesta sessão foram tecidas críticas à forma como a campanha eleitoral para as legislativas de 10 de março tem decorrido e, não raras vezes, escapado a temas fundamentais, disse o antigo candidato à Presidência da República António Sampaio da Nóvoa (na altura apoiado pelo PS).

Questionado sobre se acompanha estas críticas, Carlos Carvalhas começa por dizer que tem sido “uma campanha como as outras”, mas recusa que seja “mais do mesmo”.

O antigo líder do PCP, que sucedeu a Álvaro Cunhal e deixou a liderança do partido em 2004, reconhece que o momento atual é “particular”. Sem referir partidos, questionou se “será quem tem corruptos entre eles que vai acabar com a corrupção” ou se “são os malucos que vão pôr ordem no manicómio?”.

Já sobre a prestação política do PCP e os riscos de desaparecimento ou maior emagrecimento da bancada parlamentar do partido, Carlos Carvalhas mostrou-se convicto que “o PCP vai continuar a existir no Parlamento e fora dele, pois tem raízes muito fortes”.

Esta campanha legislativa é o maior desafio eleitoral que o novo líder do PCP vai enfrentar. Questionado sobre como tem avaliado a prestação de Paulo Raimundo, Carlos Carvalhas disse que “é um bom camarada que conduzirá o partido ao melhor resultado possível”.

Carlos Carvalhas liderou o PCP durante 12 anos. Desde que saiu do cargo aparece com pouca frequência. À Renascença explicou que é tempo de “dar protagonismo” a outros e considerou-se um cidadão comum.

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