01 mar, 2024 - 01:15 • Isabel Pacheco Lusa
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A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, diz que a promessa da direita para a recuperação do tempo de serviço dos professores é “cheia de truques” e "anti-natural".
Num comício realizado esta quinta-feira à noite, em Leiria, Mariana Mortágua recorda que os professores foram aconselhados a emigrar pelo governo de Passos Coelho e, agora, na proposta de devolução do tempo de serviço “há sempre um mas” do líder do PSD, Luís Montenegro.
“Recuperar o tempo de serviço, mas se for possível, mas se for exequível”, alerta a coordenadora do Bloco de Esquerda.
E quanto aos professores, o PS também não fica melhor na fotografia tirada por Mariana Mortágua, que acusa o Governo de António Costa de “nunca ter hesitado em pôr o país contra os professores”.
Dos professores para a saúde, a líder do Bloco invoca o concurso para médicos de família que ficou, no ano passado, com 70% das vagas por ocupar e criticou a atuação do ministro da Saúde, Manuel Pizarro.
“O que disse o ministro da Saúde da maioria absoluta do PS? Que o concurso foi um sucesso. Faltou muito pouco para Manuel Pizarro dizer que o SNS está melhor, só o acesso aos utentes ao SNS está pior”, atirou Mariana Mortágua.
A líder do BE regressa ao tema do SNS durante um comício em Leiria, distrito por onde a caravana bloquista passa pela segunda vez nesta campanha eleitoral.
Mariana Mortágua insiste que há um legado socialis(...)
Mariana Mortágua defendeu também que uma "esquerda forte" deve estar totalmente concentrada em derrotar a "aliança PSD/IL" e não em projetos de diálogo com estas forças políticas, mostrando-se surpreendida com a posição do Livre.
Na reta final do discurso no jantar-comício que decorre esta noite em Leiria, Mariana Mortágua referiu-se a declarações sobre cenários proferidas pelo porta-voz do Livre, Rui Tavares, que admitiu ter sido uma notícia que a surpreendeu.
"Quero apenas deixar uma nota sobre este tema e sobre estas declarações. Penso que devemos estar totalmente concentrados em derrotar a aliança PSD/IL e não em projetos de diálogos com esta aliança PSD/IL", criticou.
Segundo a coordenadora do BE, "este é o momento de lutar, este não é o momento de confundir", reiterando que é "possível derrotar a direita" e que os bloquistas não desistem desse objetivo.
"É possível derrotar a direita, é por isso que fazemos esta campanha, com esta clareza, com estes compromissos. Para travar a extrema-direita precisamos de uma esquerda forte, de um Governo que resolva as crises que alimentam o ressentimento e a desilusão", defendeu.
Mariana Mortágua citou ambas as declarações feitas hoje por Rui Tavares, a primeira das quais que se "afasta um bocadinho do resto da esquerda ao admitir que, em caso de vitória da direita, irá dialogar com o PSD e a IL".
"Disse o Rui Tavares, e cito, que a direita tem de ter com quem dialogar e que é possível fazer muita coisa em conjunto, com a IL e com o PSD, que é necessário para melhorar a nossa democracia. Poucas horas depois ouvi Rui Tavares também a dizer que estará sempre na oposição com a direita e não a negociar uma governação com a direita", referiu. .
Na opinião da líder bloquista, "essa esquerda forte, nos 50 anos do 25 de abril, sabe que não é com uma aliança PSD-IL que se vai melhorar a democracia", voltando com estas palavras a afastar-se da posição de Rui Tavares, que chegou a ser eleito eurodeputado como independente pelas listas do BE, cuja delegação acabou por abandonar em rutura com os bloquistas.
"O Bloco provará que é a alternativa que conta para o povo", prometeu Mortágua, passando depois a elencar os motivos pelos quais se deve votar no BE.