01 mar, 2024 - 08:46 • Filipa Ribeiro
Em cinco dias de campanha, três idas à rua e seis reuniões à porta fechada. No início do caminho da Iniciativa Liberal até dia 10 de Março, Rui Rocha apostou nos encontros com empresários, deixou para segundo plano o contacto com a população na rua e apelou no discurso ao voto no partido - sem esquecer a AD.
Nas primeiras paragens, no Alentejo e no Algarve, a IL procurou dar a conhecer-se, mas há dúvidas sobre se o objetivo foi atingido. O presidente dos liberais teve conversas com os agricultores, mas no contacto com a população houve quem confessasse que não o conhecia.
A arrancar a campanha, uma visita a uma escola fechada a um domingo, em Azeitão, e uma visita na segunda-feira ao Porto de Sines que incluiu uma reunião com um dos administradores, Duarte Lynce Faria.
Em Faro, Rui Rocha passou pelo terreno destinado ao Hospital Central do Algarve e que tinha sido visitado por Luís Montenegro no dia anterior. Durante a manhã, em Beja, foi confrontado pela Renascença sobre um tema pouco esclarecido no programa da IL: as medidas para pessoas com deficiência.
Depois de regiões onde o próprio reconheceu que será difícil conquistar eleitorado, Rui Rocha encontrou a sua zona de conforto em Lisboa, onde passou os últimos dias da primeira semana de campanha e conseguiu aquela que foi a arruada mais barulhenta.
São sobretudo os jovens que procuram a Iniciativa Liberal, seja pela cerveja que o partido oferecia, ou pela visão económica que tem para o país. Rui Rocha distanciou-se de Montenegro a nível clubístico e admitiu não saber jogar ao "Quem quer ser primeiro-ministro?".
Nas reuniões à porta fechada, o líder da Iniciativa Liberal diz que tem conversado sobre como ajudar as empresas a contribuir mais para um crescimento económico. No vai e vem da campanha já se sentou à mesa com grandes empesas como a Navigator em Setúbal e com Vasco Mello – antigo líder do grupo CUF e presidente da Associação Business Roundtable, que inclui 42 dos maiores grupos empresariais do país.
Quem não tem procurado muito são os trabalhadores, para quem garante que tem pedido melhores salários nas reuniões à porta fechada.
Os liberais têm insistido no apelo ao voto no partido. Querem uma “maioria clara” que junte AD e IL. Ao longo dos dias, o presidente dos liberais foi insistente ao dizer: “O PSD sem a Iniciativa Liberal não terá a capacidade de trazer as reformas profundas que o país precisa”. Rui Rocha não sabe falar da AD sem enaltecer a Iniciativa Liberal, associa a AD a uma “velocidade modesta” e a Iniciativa Liberal a uma força “essencial” para levar o país para a frente.
O objetivo está traçado, chegar ao governo com a AD e ter 12 deputados no parlamento.
A comitiva dos liberais tem percorrido o país num grande autocarro azul que tem algumas das medidas do partido estampadas. De lá de dentro normalmente não saem mais que dez pessoas.
Ainda assim, Rui Rocha não tem estado sozinho e há nomes importantes do partido que o estão a acompanhar.
Nesta primeira semana de campanha, foi notável a presença de Rodrigo Saraiva, deputado eleito em 2022 por Lisboa, João Cotrim Figueiredo, antigo líder do partido e deputado eleito em 2022, assim como Bernardo Blanco cabeça de lista pelo círculo eleitoral de Lisboa. A completar o quadro ainda Joana Cordeiro, a deputada eleita pelo círculo de Setúbal.