01 mar, 2024 - 15:26 • Susana Madureira Martins
Era visível o incómodo de Pedro Nuno Santos com as declarações de Rui Tavares, que esta quinta-feira, durante uma ação de campanha em Odemira disse que "a direita democrática tem de ter com quem dialogar". Além disso, o líder do Livre referiu ainda que "é possível fazer muita coisa em conjunto" com a AD e a Iniciativa Liberal.
O líder do PS disse não ter comentários a fazer sobre essas declarações de Tavares e desviou o tema: "Estou muito concentrado em mobilizar o povo português com muita força e generosidade para conseguirmos ter uma vitória muito importante."
Pedro Nuno Santos foi confrontado pelas declarações de Rui Tavares à margem de uma visita ao Hospital da Cova da Beira, na Covilhã, e questionado se esta posição do líder do Livre deslaça a esquerda, o secretário-geral socialista foi mais definitivo. "Não vejo nada disso", respondeu.
O líder socialista aproveitou para salientar que "ao longo de várias semanas" a esquerda - PS, Bloco de Esquerda, PCP e Livre - "conseguiu conversar". Não explicando exatamente sobre o quê, Pedro Nuno Santos diz que nesta frente se estão "a construir muitas coisas em conjunto".
O horror dos socialistas é que o legado da "Geringonça" seja agora apontado como uma "catástrofe". "Não foi", atira convicto o líder socialista. "Avançámos", insiste Pedro Nuno Santos, que admite, uma e outra vez, que "há muitas coisas que não estão bem".
O líder socialista quis arrumar a questão e confrontado com as críticas da coordenadora do Bloco, Mariana Mortágua, a Rui Tavares, manteve a linha de recusar alimentar divisões, mantendo a tese de que, nas sondagens, a esquerda toda junta ainda tem vantagem sobre a AD e a Iniciativa Liberal.