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Voto antecipado em mobilidade. Redução de mais de 100 mil inscritos devido "ao fim da pandemia"

01 mar, 2024 - 17:19 • Alexandre Abrantes Neves , com Lusa

Entre os mais de 200 mil inscritos para votar antecipadamente, está o Presidente da República. O porta-voz da CNE acredita que a pandemia e a atualizção do recenseamento explicam esta descida.

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Mais de 200 mil eleitores inscreveram-se para votar antecipadamente em mobilidade no domingo, uma semana antes das eleições legislativas, anunciou esta sexta-feira o Ministério da Administração Interna (MAI).

"O número de inscritos para o voto antecipado em mobilidade para as eleições legislativas de 2024 totalizou 208.007 eleitores recenseados no território nacional", adiantou o MAI, em comunicado.

Os eleitores recenseados no território nacional podiam inscrever-se até quinta-feira para votar em mobilidade no próximo domingo, uma semana antes das eleições legislativas, agendadas para 10 de março.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou que irá votar antecipadamente no domingo, uma semana antes das eleições legislativas, para as quais são chamados a votar mais de 10,8 milhões de portugueses, para escolher 230 deputados. .

A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.

Segundo o MAI, o número de inscritos nesta modalidade de voto é bastante inferior ao registado nas legislativas de 2022 (315.785 inscritos), mas muito superior aos inscritos nas legislativas de 2019 (56.291).

Pandemia e atualização do recenseamento são as causas

O porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Fernando Anastácio, aponta o fim da pandemia como a principal causa para esta quebra – e relembra o “enquadramento muito especial” das legislativas de 2022.

“Em 2022, as pessoas isoladas votavam só numa parte do dia, houve apelos pela parte do Governo pela parte do Presidente da República para que os cidadãos, todos quem quiser, se fizesse o voto antecipado para de alguma maneira, descongestionar o dia das eleições. Há todo um enquadramento muito especial que aconteceu em 2022, que não é repetível neste momento”, explica.

Porém, as razões não se esgotam no fim da pandemia de Covid-19. Para o porta-voz da CNE, a atualização do recenseamento por parte de alguns eleitores também explica esta descida, já que ao “mudar o sítio do voto para onde efetivamente estão, as pessoas têm menos motivação para pedir a antecipação”.

Apesar da descida, Fernando Anastácio nota que os números para as legislativas de 10 de março apresentam um “crescimento ligeiro” face às legislativas pré-pandémicas de 2019 – o que mostra que, com a pandemia, “se tornou inequívoco que as pessoas veem utilidade no voto antecipado e que é um mecanismo que facilita o voto”.

Marcelo Rebelo de Sousa entre os inscritos

No próximo domingo, quem se inscreveu para voto antecipado, poderá exercer o seu direito nas mesas de voto existentes em cada município do continente.

Entre os inscritos está o Presidente da República, que decidiu votar antecipadamente por se sentir esclarecido relativamente às propostas dos candidatos e por considerar que é um estímulo contra a abstenção.

Caso o eleitor se tenha inscrito para votar em mobilidade mas não consiga exercer esse direito na data prevista, 3 de março, poderá votar no dia das eleições legislativas, 10 de março, na assembleia ou secção de voto na qual se encontra recenseado.

Instituída com a entrada em vigor da Lei Orgânica n.º 3/218, por ocasião da eleição de deputados portugueses ao Parlamento Europeu em 2019, a modalidade de voto antecipado em mobilidade foi escolhida por 285.848 nas eleições legislativas de 2022.


[Notícia atualizada às 19h08 com declarações de Fernando Anastácio e mudança de título]

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