05 mar, 2024 - 23:09 • Lusa
O início do discurso do secretário-geral socialista, esta terça-feira, no comício de Lisboa, na Aula Magna, foi interrompido por três vezes por pessoas que protestaram e que logo foram abafadas pelos gritos dos apoiantes. Duas das interrupções deveram-se a protesto de jovens ativistas climáticos do movimento "Estudantes pelo Fim ao Fóssil".
"Calma, serenidade, só preferia que quem tivesse de falar o fizesse de uma vez", declarou Pedro Nuno Santos, numa tentativa de desanuviar o ambiente, já depois de a sua intervenção ter sido interrompida, pela terceira vez, por um jovem ativista climático.
A primeira interrupção aconteceu nos primeiros segundos do discurso, quando uma mulher tentou chegar perto do líder socialista, na tribuna de oradores, mas foi travada à entrada do palco. A senhora terá pretendido entregar-lhe uma Bíblia - que fez depois do comício.
Pouco depois da mulher tentar chegar ao palco, foi uma jovem ativista climática que leu em voz alta algo que não se conseguiu ouvir, porque imediatamente a voz da jovem foi abafada pelos gritos PS, PS dos apoiantes socialistas.
Em comunicado, a Greve Climática Estudantil reivindicou a ação dos dois jovens ativistas, afirmando novamente que "nenhum partido tem um plano para o fim aos combustíveis fósseis até 2030".
Os jovens acusaram ainda o PS de "ter escolhido e continuar a escolher aumentar as emissões no país", declarando que "este partido escolheu proteger os lucros exorbitantes da EDP e da GALP, nomear como ministros CEOs de petrolíferas e criar projetos suicidas de expansão de emissões, como um novo gasoduto e um novo aeroporto".
Segundo a Greve Climática Estudantil, "os estudantes foram interrompidos e retirados do comício de forma violenta por militantes do partido", e "alguns dos manifestantes chegaram mesmo a ser agredidos".
A seguir, já o discurso de Pedro Nuno Santos ia a meio, alguém da plateia gritou-lhe uma palavra de incentivo fora de tempo e o secretário-geral do PS parou, pensando erradamente que estava perante um novo protesto.
Dessa vez, foi falso alarme. Da plateia, ouviram-se risos, E o secretário-geral do PS comentou: "Pensava que era outra vez. Respeito por quem discorda de nós".
O primeiro-ministro cessante, António Costa, assistiu a estes incidentes na primeira fila da plateia.