11 mar, 2024 - 00:40 • Daniela Espírito Santo
Álvaro Beleza acredita que, quaisquer que sejam os resultados finais esta noite, uma coisa ficou provada: "o PS continua a ser o maior partido português, porque do outro lado está uma coligação".
"É um partido nacional, de implantação popular, é a força hegemónica da esquerda portuguesa", diz, ressalvando que "em democracia é tão importante ganhar como perder e a alternância política é importante".
Mesmo assim, assegura que, pelos resultados que vão sendo conhecidos, "Pedro Nuno Santos não é primeiro-ministro por uma unha negra".
É "praticamente um empate técnico", diz Beleza, para quem é tão digno estar no poder como na oposição. "O PS se tiver de ir para a oposição irá e fará o seu trabalho", assegura.
Na Renascença, o socialista Álvaro Beleza admite que o resultado do PS "fica aquém", porque o partido "entrou nisto para ganhar, como é natural".
Apesar disso, considera que os resultados são "uma vitória poucachinha da AD".
"Parece que a maioria silenciosa ou envergonhada... muitas dessas pessoas foram votar no Chega e esse é um dado que é preocupante para a democracia parlamentar", assevera, considerando tal cenário "muito triste nos 50 anos do 25 de abril".
Um governo de uma "AD fragilizada", praticamente "com o mesmo resultado de há dois anos", "na mão de um partido populista" é, para Beleza, "triste nos 50 anos da democracia", mas "é a democracia a funcionar e os portugueses a votar".
Tal como também já Marta Temido tinha assegurado na Renascença, esta noite, Álvaro Beleza também não acredita que o seu partido tenha alimentado o crescimento do Chega.
"Há mais de um milhão de pessoas de pessoas que votaram no Chega porque há aqui preocupações e, sobretudo, medo dessas pessoas", diz Beleza, salientando que, entre essas preocupações está a emigração.
"É preciso compreender que Portugal, nos últimos mil anos, só há mil anos é que tivemos gente cá. A partir daí fomos sempre nós a ir para outros mundos", exemplifica.
"A questão é que chegaram a Portugal 700 mil pessoas nos últimos anos", relembra, acreditando que isso também tenha contribuído para os problemas do SNS.
O socialista entende que estes milhares de pessoas que chegaram agora ao país são muito necessárias. "A economia precisa delas, o Estado social precisa delas, o crescimento precisa delas, mas é evidente que há aqui um problema que é preciso resolver e atalhar", entende.
Álvaro Beleza comentou, na Renascença, o discurso desta noite de Pedro Nuno Santos. "Esteve muito bem. Foi muito digno", observou.
"Saber perder é tão importante como saber ganhar em política. É preciso ter fair play, é preciso ter sentido de Estado e foi o que ele revelou hoje", admite o socialista, para quem o PS "perdeu por pouco" e "a AD apanhou um susto".
Pedro Nuno Santos, a seu ver, "esteve muito bem em não esperar pelos votos do círculo da Europa e fora da Europa para o país não estar nesta situação". Beleza assegura que "é evidente que o PS não será obstáculo à tomada de posse do próximo Governo".
"É tão importante estar no poder como na oposição. O PS serve Portugal no Governo e na oposição. Fiquei muito orgulhoso do líder do PS. Vê-se que é uma pessoa decente, que sabe o seu papel no PS e no país e isso tocou-me", remata.
[Notícia atualizada às 01h35 de 11 de março de 2024]