11 mar, 2024 - 22:28 • Ricardo Vieira, com redação
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O Chega vai votar contra um Orçamento do Estado apresentado pela AD se não houver negociações, avisa André Ventura no dia seguinte às eleições legislativas.
Em entrevista à TVI, o presidente do Chega admite não apresentar uma moção de rejeição ao Governo liderado pelo PSD de Luís Montenegro, mas não põe de parte votar contra uma proposta de Orçamento do Estado caso não haja negociações com o seu partido.
“Admite votar contra o Orçamento? Vou deixar já claro. Se não houver nenhuma negociação isso é humilhar o Chega e então eu votarei contra o Orçamento”, declarou André Ventura.
O Chega conquistou mais de um milhão de votos e, pelo menos, 48 deputados nas eleições legislativas de domingo.
André Ventura propôs na noite eleitoral uma negociação com a AD, para garantir uma solução de Governo de maioria à direita.
Na entrevista desta segunda-feira à TVI, André Ventura considera que exigir a aprovação de um Orçamento sem negociações seria “espezinhar um milhão e tal de portugueses” que votaram no Chega.
O deputado reeleito abre a porta para negociação de "medidas essenciais" com a AD e dá o exemplo do que aconteceu nos tempos da "Gerigonça" de esquerda, entre PS, Bloco de Esquerda, PCP e Os Verdes.
"Como é que funcionou um Governo à esquerda? Houve um acordo entre os partidos para as medidas essenciais. Porque é que isso não pode acontecer à direita?", defende André Ventura.
O líder do Chega defende uma convergência à direita para garantir estabilidade e a governabilidade de Portugal nos próximos quatro anos.
"Há mais de um milhão de pessoas que votam neste partido. Qual é o problema de se chegar a uma convergência, como houve em Itália e noutros países, a dizer: vamos dar aos portugueses quatro anos de estabilidade. Eu estou disponível para sacrificar tudo para que os portugueses tenham estabilidade, agora, se do outro lado disseram: não queremos olhar para vocês, para as vossas propostas nem sequer falar convosco... Isso não é pisar-nos, isso é espezinhar um milhão e tal de portugueses. São eles os responsáveis pela ingovernabilidade, não somos nós", declarou.