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Livre defende nova reunião com Marcelo após contagem dos votos dos emigrantes

13 mar, 2024 - 19:23 • Miguel Marques Ribeiro

Uma questão de "respeito" pelos eleitores, disse Rui Tavares, que sugere ainda a formação de Governo pelo bloco “politico mais amplo e mais coeso” e não necessariamente pelo partido mais votado.

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Rui Tavares considerou esta quarta-feira precipitado o calendário definido por Marcelo Rebelo de Sousa para a constituição do novo Governo.

Em declarações aos jornalistas, à saída do encontro marcado pelo Presidente da República para indigitação do novo Governo, o dirigente do Livre defendeu que é necessário existir uma nova ronda de audiências com os partidos assim que forem conhecidos os resultados finais dos circunscrições dos emigrantes, cujo apuramento deverá ser divulgado a 20 de março.

O porta-voz do Livre argumentou que seria uma forma de "respeito pelos votos dos nossos concidadãos" e dos processos democráticos.

Tavares enfatizou que existe uma “possibilidade matemática de haver uma alteração das posições relativas dos partidos” , visto as candidaturas cimeiras, da AD e do PS, estarem separadas por apenas dois mandatos, numa altura em que falta eleger quatro deputados.

O dirigente do partido que se identifica com a esquerda verde europeia declarou ainda que existem três blocos constituídos após as eleições legislativas de domingo: o da esquerda, de que o Livre faz parte, o da direita democrática, formado pela IL e AD e o do Chega, de extrema-direita.

Para o historiador, deverá ser o bloco “politico mais amplo e mais coeso” a formar Governo e não necessariamente o partido mais votado.

Para Rui Tavares, o fortíssimo apoio recolhido pela Chega nas últimas eleições, que obteve, até ao momento, 48 mandatos, é um sinal de que estamos perante uma “crise política com elementos de crise de regime”.

O populismo autoritário do partido de André Ventura, reforça ainda, “põe em causa as conquistas dos últimos 50 anos”. Tavares associou ainda uma eventual coligação da AD com o Chega (ainda que não assumida) como uma “traição ao eleitorado”

O líder do Livre escusou-se ainda a pronunciar-se sobre a votação a uma eventual moção de censura, já anunciada esta quarta-feira pela CDU. “O Livre não põe o carro frente dos bois”, apontou, assegurando que o partido, na altura própria, “avaliará essa hipotética moção de rejeição e esse também hipotético governo”.

Rui Tavares admitiu “Todos os democratas devem falar em conjunto sobre a saúde em democracia” e voltou a defender a criação de um círculo de compensação que assegure que nenhum voto é desperdiçado.

A audiência realizada esta quarta-feira no Palácio de Belém foi, depois da realizada na terça-feira com o PAN, a segunda de uma série de encontros com os partidos políticos que elegeram deputados nas eleições de 10 de março.

A este propósito, o calendário previsto sofreu algumas alterações. Na quinta-feira, será recebida a CDU e no dia seguinte, às cinco da tarde, o BE (tal como estava agendado), mas a audiência com a IL foi antecipada e vai realizar-se igualmente na sexta-feira, às 19h00.

Segunda-feira é a vez do Chega. O PS é recebido na terça, mas às 16h00, em vez das 17h00 inicialmente previstas. Quarta-feira, finalmente, realiza-se a audiência da AD.

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