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PAN vai estar vigilante a "eventuais retrocessos ou ameaças a direitos"

21 mar, 2024 - 15:42 • Redação com Lusa

Inês Sousa Real apela ao novo primeiro-ministro que não use como moeda de troca direitos adquiridos e conquistados nas últimas legislaturas.

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A porta-voz do PAN afirmou esta quinta-feira que o partido vai estar vigilante na próxima legislatura quanto a "eventuais retrocessos ou ameaças a direitos adquiridos" e pediu ao primeiro-ministro indigitado que não os use "como moeda de troca para a governação".

Em declarações à agência Lusa, Inês de Sousa Real felicitou o líder do PSD por ter vencido as eleições legislativas do dia 10 e desejou "um bom mandato em prol daquilo que são os interesses do país".

"Temos visões diferentes de país e de sociedade da AD e o PAN não deixará de estar vigilante em relação àquilo que possam ser eventuais retrocessos ou ameaças a direitos adquiridos que foram conquistados ao longo deste ano", indicou.

A deputada única do PAN, que foi reeleita, pediu a Luís Montenegro que tenha "em consideração que há um progresso que foi feito ao longo destes últimos mandatos, sobretudo em matéria de proteção animal, ambiental, mas também em direitos humanos, em particular direitos das mulheres, para que não ponha em causa com esta aliança que se está a formar".

Inês de Sousa Real apelou também ao primeiro-ministro indigitado para que "não use esses mesmos direitos adquiridos como moeda de troca para a governação e para chegar até ao poder governativo, em particular com o Chega ou os seus parceiros de Aliança Democrática".

"Deixamos aqui o repto a Luís Montenegro para que efetivamente também tenha respeito por aquilo que foram as conquistas feitas ao longo destes anos e que saiba preservar esse legado que a Assembleia da República deixa", afirmou.

A porta-voz do PAN indicou que o seu partido "será uma força política da oposição vocal e será também bastante vigilante, atuando como sempre atuou até aqui, como um guardião destes valores que representa na Assembleia da República" e garantiu que tudo fará "para que não haja retrocessos".

"Temos estado até disponíveis para dialogar com as demais forças políticas do espetro democrático, porque caber-nos-á a todos aqueles que estamos comprometidos com a democracia e com os valores do 25 de Abril, trabalharmos em conjunto de forma a não deixar cair aquilo que conseguimos conquistar até aqui", adiantou.

Quanto à moção de rejeição anunciada pelo PCP ao programa de Governo da AD, Sousa Real referiu que essa questão será analisada pela Comissão Política Nacional do PAN.

A líder do Pessoas-Animais-Natureza ressalvou que é preciso conhecer o texto da moção e o programa do novo Governo, mas admitiu poder viabilizar.

"Antecipamos que, correspondendo ao seu programa eleitoral e àquilo que foi esta coligação da Aliança Democrática, se vislumbra que eventualmente o PAN possa vir a acompanhar a moção, caso efetivamente Luís Montenegro insista nessa visão ultrapassada e que, de alguma forma põe em causa o trabalho que foi feito ao longo destes anos na Assembleia da República", afirmou.

Já o Bloco de Esquerda reafirma que nunca vai aceitar um governo AD, uma vez que não vai responder aos problemas do país, nomeadamente na saúde e na habitação.

Sobre a moção de rejeição que vai ser apresentada pelo PCP, o novo líder parlamentar bloquista Fabian Figueiredo, diz que o partido irá pronunciar-se após ser conhecido o programa do Governo.

"O Bloco de Esquerda opôs-se e criticou o programa da AD. Naturalmente que o programa de Governo se baseará no programa da Aliança Democrática. O Bloco de Esquerda não apoiará nunca um governo da AD e isso é por demais evidente. Agora, perceberá que nós nos pronunciaremos sobre o programa de governo e sobre a moção de rejeição [posteriormente]. Quando tivermos esses documentos iremos divulgar a nossa posição, explicou Fabian Figueiredo.

A Aliança Democrática (AD) venceu as eleições de 10 de março e o líder do PSD foi indigitado primeiro-ministro pelo Presidente da República. Luís Montenegro apresenta o seu Governo em 28 de março e a posse está prevista para 2 de abril.

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