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Miguel Coelho

Moedas tem ambição "do tamanho do mundo". Ser autarca "é uma coisa muito aborrecida"

26 mar, 2024 - 13:34 • Carla Fino

O socialista Miguel Coelho, presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior considera, que Carlos Moedas tem uma ambição pessoal "do tamanho do mundo", que o leva a acreditar que a autarquia da capital é apenas "uma passagem".

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Apesar de sentir-se a prazo, o presidente da Câmara de Lisboa vai ter que ficar na autarquia. É a opinião do socialista Miguel Coelho, em reação à entrevista de Carlos Moedas à Renascença, em que não se compromete com uma recandidatura nas próximas eleições.

O presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior considera que, embora a ambição pessoal "do tamanho do mundo" de Carlos Moedas, ser presidente da Câmara de Lisboa "é uma coisa muito aborrecida para aquilo que ele deseja para si".

Exemplo disso "é a forma como displicentemente geriu a cidade até agora". Por isso, "sente-se a prazo, pois gostaria de estar noutro lugar que nitidamente não consegue estar", diz Miguel Coelho.

O socialista afirma que, "em política e em democracia, todos estamos a prazo porque a alternância tem de funcionar". "Eu espero que seja um prazo muito curto e que ele [Carlos Moedas] perca as próximas eleições e que surja uma nova alternativa socialista, é o que eu desejo".

Na leitura que faz da entrevista do autarca de Lisboa à Renascença, Miguel Coelho diz que Carlos Moedas "não tem senão outro remédio, mesmo que muito contrariado, em recandidatar-se à Câmara". Considera que o autarca "perdeu o espaço de manobra" para o seu grande desejo "pelo menos próximo, que era vir a ser chefe do governo".

À Renascença, Miguel Coelho reconhece "fair play" em Carlos Moedas, gentileza e simpatia, "tem alguns sucessos, mas ainda não tem um trabalho feito". E dá o exemplo do plano de drenagem que assume como uma obra sua: "Não. O presidente está a concluir a última parte de um processo de um projeto que nasceu há mais de 10 anos, que tem cinco quilómetros esburacados por Lisboa, e não é algo que se faça com uma varinha mágica (...) é um projeto que deve assumir com gosto fazê-lo e dizer concluí a obra, mas não é dele, é da cidade".
O presidente da Junta de Santa Maria Maior na Baixa de Lisboa compreende a necessidade "ávida" de Carlos Moedas surgir "bem na fotografia", e não tem dúvida de que o autarca vai "ser candidato pelo PSD novamente à Câmara, a não ser que haja uma crise política muito grande no Governo" de Luís Montenegro.

Miguel Coelho adianta que apesar da sua relação cordial, amável e muito correta, "não partilhamos segredos nem ambições", mas na leitura que faz das conversas que mantém com Moedas não tem dúvida de que a Câmara de Lisboa "é um ponto de passagem, era um apeadeiro e agora ficou no apeadeiro. E com o estoicismo que lhe reconheço, ele vai ficar aqui no 'apeadeiro', fingindo que este era sempre o seu objetivo e depois logo se verá", conclui.

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  • Anastácio José Marti
    26 mar, 2024 Lisboa 14:55
    Todos sabemos que a ambição de Moedas é a de chegar a Secretário Geral do PSD em termos imediatos e nunca manter-se como autarca, pois se assim não fosse, haveria outra vontade que nunca teve e outro gosto em servir aqueles e aquelas a quem soube pedir o voto quando dele necessitou. Apesar de não ter tido vergonha alguma em precisar que tivesse de ser o PAPA a vir de Roma a Lisboa informá-lo de que o Bairro da Serafina também é Lisboa, tal o desprezo, o desleixo e a desonestidade intelectual que todos os autarcas de Lisboa sempre tiveram e este não foge à regra, pelo sofrimento dos que naqueles bairros, vergonhas municipais, sobrevivem, sem o mínimo de segurança, sem água potável nalguns casos, e sem qualidade de vida na maioria, para todos fingirem que aquela triste mas real realidade não existe em vez de deitarem mãos à obra e agirem antes que seja a natureza a deitar por terra o que ainda resiste, aqui está mais uma vez a prova de que os políticos não agem mas reagem aos factos e não os previnem. Enquanto este sujeito, como muitos outros continuarem a pôr a sua carreira política à frente das necessidades da cidade e do povo da mesma, jamais farão o que há muito deveriam ter feito, que é o de realojarem estes concidadãos, quiçá em casas que a Gebalis mantém entregues aos bichos sem ninguém nelas a residir, como acontece no prédio que habito, e reconstruir naqueles bairros outras habitações com a segurança e a dignidade habitacional que as atuais nunca tiveram.

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