09 abr, 2024 - 14:27 • José Pedro Frazão , Olímpia Mairos
O autarca social-democrata de Lisboa diz que a troca de correspondência entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro é, apesar de tudo, um “bom sinal” de diálogo entre forças moderadas.
“Eu penso que o diálogo é sempre um bom sinal e, portanto, o diálogo entre o Partido Socialista e a AD é um ponto muito importante para a estabilidade do país”, diz, defendendo que “os partidos devem dialogar”.
Carlos Moedas assinala que aquilo que viu até ao momento “é que temos um primeiro-ministro que está aberto ao diálogo” e que é “muito bom sinal uma carta trocada”, assinalando, no entanto, que “não é com cartas que se resolvem as situações, mas é um bom primeiro sinal e portanto, vamos ver no futuro, mas todos os portugueses querem essa estabilidade”.
Sem querer dar conselhos a Montenegro, Carlos Moedas lembra que quem está em minoria tem que dialogar diariamente com a oposição.
“Quem vive como eu em Lisboa em minoria, sabe que o trabalho de diálogo com a oposição é um trabalho de todos os dias. É um trabalho de consensos e, portanto, vamos ter que no país encontrar esses consensos, esse trabalho porque os portugueses querem estabilidade”, aponta.
Na visão de Moedas, “ninguém quer eleições daqui a seis meses, nem daqui a um ano. As pessoas querem que o Governo cumpra o seu mandato e é isso que eu espero que aconteça, e é isso que os portugueses querem e todos nós queremos que aconteça”.
À margem do Foro La Toja, em Lisboa, o presidente da Câmara de Lisboa diz que o diálogo entre partidos moderados é essencial para travar os extremos.
“Esses partidos devem dialogar, exatamente, porque os extremos são perigosos, os extremos à direita e os extremos à esquerda”, aponta.
Para Carlos Moedas é importante “falar desses perigos” porque os “perigos dos extremos é que os extremos normalmente são os que não querem dialogar”.
E isso – diz Moedas – acontece “à esquerda e à direita”, indicando que o que viu “no sistema político português é que esses extremos nunca estão no diálogo ou pelo menos não querem diálogo”.
“Neste momento, aquilo que eu vejo é que tem que haver um diálogo entre aqueles que são parte, daqueles que não querem destruir o sistema, e eu penso que os partidos do centro não querem destruir o sistema, querem trabalhar com o sistema”, assinala.
Já sobre Pedro Passos Coelhos, Carlos Moedas diz que o antigo primeiro-ministro tem muito para dar ainda à sociedade portuguesa.
O autarca social-democrata foi questionado, esta manhã, sobre a possibilidade de uma candidatura presidencial do antigo primeiro-ministro, sugerida nos últimos dias por André Ventura, e respondeu que Pedro Passos Coelho é um homem que respeita muito e que “pode fazer muito, ainda, para a sociedade portuguesa e, portanto, é aquilo que ele quiser”.
No entanto, Moedas lembra a recusa de Montenegro em dialogar com o Chega para soluções de poder.
“Luís Montenegro foi sempre muito claro com ‘não é não’ e é claro para todos aqueles que votaram na AD, portanto, é muito importante que assim seja”, defendeu.