09 abr, 2024 - 23:58 • Manuela Pires
O Chega espera ainda alcançar um acordo com o PSD para a viabilização da comissão parlamentar de inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras.
André Ventura garantiu esta terça-feira, em declarações aos jornalistas no Parlamento, que há conversações a decorrer entre os dois partidos. Se esse acordo não chegar até ao final da semana, o Chega não vai perder tempo com uma votação da comissão e passa já para o pedido potestativo, o que força a criação do inquérito.
“Esta não seria a solução ideal e desejável, mas é a solução a que, aparentemente, os dois maiores partidos querem remeter esta investigação, querem abafá-la por alguma razão e eu penso que o Parlamento se deve focar em descobrir a verdade num tema que é tão sensível aos portugueses como o acesso à saúde e a possível existência de favorecimentos políticos no acesso à saúde”, afirma o líder do Chega.
André Ventura garante que as conversações estão a decorrer entre os grupos parlamentares do Chega e do PSD.
"É uma questão que nos preocupa", mas "estamos a b(...)
“Espero ainda poder alcançar um consenso com uma condição. Independentemente do acordo político que seja alcançado, ninguém fique de fora de uma eventual comissão de inquérito por haver um acordo político”, sublinha o presidente do Chega, que anunciou na semana passada a apresentação da comissão de inquérito parlamentar.
Sobre as declarações de Pedro Passos Coelho, a defender entendimentos entre o PSD e o Chega, André Ventura elogia o antigo primeiro-ministro.
“Era o que faltava que Pedro Passos Coelho não se pudesse expressar publicamente. Foi um antigo primeiro-ministro que governou em circunstâncias dificílimas e tem a sua opinião. Como a sua opinião neste caso se aproxima do Chega, parece que se deu início a um cancelamento público por parte de alguns setores como não se via há muito tempo”, afirma o líder do Chega.
André Ventura considera que se “alguns nomes do PSD não se sentem bem” com Passos Coelho a expressar as suas posições publicamente, é um problema deles.
“A democracia não funciona só para o lado esquerdo, tem que funcionar para o lado direito também e temos que nos habituar a conviver com isso”, sublinha.