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Programa de Governo

Montenegro anuncia que exames do 9.º ano são em papel

11 abr, 2024 - 10:19 • Tomás Anjinho Chagas

Novo primeiro-ministro desfaz polémica sobre os exames do 9.º ano que deixam de ser digitais. PS e Chega não foram poupados por Montenegro.

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Luís Montenegro quer que o Estado pague aos seus fornecedores em 30 dias e a prioridade do novo primeiro-ministro vai ser baixar o IRS já na próxima semana. A descida do IRS engloba os rendimentos até ao oitavo escalão.

Os anúncios foram feitos durante o arranque do debate do programa de Governo, no Parlamento.

Montenegro aproveitou a ocasião para desfazer a polémica que gira em torno dos exames do 9.º ano, anunciando que as provas vão realizar-se em papel para evitar que os problemas informáticos criem desigualdades entre os alunos.

PRR e classes descontentes

Criticando as "taxas de execução baixíssimas" dos Fundos Europeus, Luís Montenegro quer o seu governo a "acelerar fortemente" o processo e promete apresentar o pedido de libertação de 713 milhões de euros do PRR nos próximos 60 dias.

Quanto às classes profissionais que mais têm feito ouvir o seu desagrado, Montenegro revela que nos próximos dez dias o Governo vai reunir-se com organizações que representam os professores e as forças de segurança (GNR e PSP).

Recados ao PS e Chega

Apesar de precisar de governar sem maioria, Luís Montenegro não se absteve de atirar forte ao PS quando abordou o tema da saúde.

"Aqueles que não resolveram tantas coisas em 3050 dias reclamam agora decisões em 60 dias, concluo que têm em grande conta a capacidade deste Governo", critica Montenegro em resposta à pressão dos socialistas.

Montenegro garante que vai dialogar com a oposição, mas falando implicitamente sobre os futuros Orçamentos do Estado - que ao contrário do programa de governo não têm aprovação garantida - desafia o PS a "não bloquear" o normal funcionamento do Governo.

Virando-se depois para a direita do hemiciclo, Montenegro atira ao Chega ao contrariar um dos seus maiores slogans: "Para nós não há portugueses do bem e portugueses do mal. Rejeitaremos sempre o discurso de ódio e a radicalização política", promete o novo primeiro-ministro.

A terminar, Montenegro apresenta-se com "plena disponibilidade" para dialogar com os partidos da oposição, e cita José Saramago: "Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo".

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