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Conselho Europeu

Montenegro defende continuidade da política de coesão "nos próximos anos"

18 abr, 2024 - 17:03 • João Pedro Quesado

Líderes europeus debateram o futuro do mercado interno da UE. Portugal defendeu a "independência" na produção de energia" e a "concretização de compromissos anunciados" nas metas ambientais.

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Luís Montenegro defendeu, esta quinta-feira, a continuidade da política de coesão da União Europeia (UE) "nos próximos anos". O Conselho Europeu, que terminou esta tarde, foi marcado por um debate sobre a competitividade e o financiamento da economia da União Europeia.

Em conferência de imprensa, o primeiro-ministro disse que defendeu, perante os restantes líderes da UE, a "necessidade de mantermos uma política de coesão nos próximos anos, que possa garantir que ninguém fica para trás e que as economias que carecem de uma ajuda suplementar continuarão a ter meios para chegar à linha da frente".

A cimeira do Conselho Europeu que decorreu esta quarta e quinta-feira, em Bruxelas, debateu um relatório do antigo primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, sobre o futuro do mercado interno da União Europeia e o corte da diferença de financiamento em comparação com os Estados Unidos da América (EUA) e a China. Em cima da mesa estiveram a união do mercado de capitais, a harmonização dos impostos para as empresas e um acordo para a competitividade que, segundo a "Euronews", dividiram os países europeus.

No relatório, Letta defende a integração da energia, telecomunicações e finanças no mercado único europeu. Segundo Luís Montenegro, o Conselho Europeu sublinhou "a necessidade de juntar ao financiamento público, aos mecanismos de solidariedade, a capacidade de os investidores privados poderem servir como alavanca para termos mais investimento e podermos ter melhores desempenhos económicos".

Nas redes sociais, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, defendeu a necessidade de um "New Deal" para a competitividade, e apontou que os "33 biliões" que a UE tem em poupanças fazem da união do mercado de capitais "a Lei de Redução da Inflação europeia". A Lei de Redução da Inflação (IRA, na sigla em inglês) é um pacote de financiamento aprovado pelos EUA que inclui um investimento de 783 mil milhões de dólares na produção doméstica de eletricidade de forma "limpa".

O primeiro-ministro assegurou também que Portugal está "empenhado" em "recuperar o atraso" na execução dos fundos europeus, que financiam os programas Portugal 2030 e o Plano de Recuperação e Resiliência.

"Para sermos merecedores do apoio de fundos de coesão no futuro, temos de mostrar que somos capazes no presente de executar bem os fundos que temos à nossa disposição", declarou Luís Montenegro aos jornalistas portugueses.

O social-democrata disse ainda que o Conselho Europeu voltou a ouvir Volodymyr Zelensky por videoconferência, para "perceber a situação dramática que se vive em parte do território ucraniano", e anunciou "avanços à relação bilateral de alguns estados com vista a reforçar a capacidade de defesa da Ucrânia".

Quanto ao Médio Oriente, o primeiro-ministro português sublinhou a condenação "inequívoca" do ataque do Irão a Israel e o reforço de sanções ao regime iraniano, "nomeadamente ao comércio de veículos aéreos não-tripulados e também de mísseis".

"O Conselho entendeu renovar o apelo ao cessar fogo em Gaza, e também que sejam desbloqueados todos os canais para ser prestada ajuda humanitária, que é cada vez mais necessária", afirmou.

[notícia atualizada às 17h43]

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