20 abr, 2024 - 14:39 • Lusa
O investigador e dirigente do Livre Francisco Paupério vai ser o cabeça de lista do partido nas eleições europeias de junho, depois de ter vencido as primárias internas.
Em comunicado, o Livre anuncia que Francisco Paupério, que já tinha vencido a primeira volta, voltou a ficar em primeiro na segunda volta das primárias, na qual concorreram seis candidatos, com 5.667 pontos, seguido da dirigente e número dois do partido no Porto nas últimas legislativas, Filipa Pinto, que conquistou 3.777 pontos.
Francisco Paupério tem 28 anos, é natural de Leça da Palmeira, em Matosinhos, e a sua profissão é investigador. É formado em biologia, com especialização em bioinformática, pelas Faculdades de Ciências das Universidades do Porto e Lisboa e está atualmente a concluir o doutoramento em Biologia Integrativa e Biomedicina no Instituto Gulbenkian de Ciência.
Foi número três pelo partido no círculo do Porto nas legislativas de março.
Em terceiro lugar nos resultados da segunda volta ficou o dirigente Carlos Teixeira, que também foi candidato por Lisboa nas últimas legislativas, a investigadora Mafalda Dâmaso, de seguida o chefe de gabinete do Livre na Assembleia da República e deputado municipal em Oeiras, Tomás Cardoso Pereira, e por último, Inês Pires, que foi cabeça de lista por Leiria nas últimas legislativas.
Na terça-feira, a Comissão Eleitoral do processo de primárias do Livre para as eleições europeias decidiu restringir o voto na segunda volta a apenas membros e apoiantes (ou seja, militantes), por considerar que existiram “fortes indícios de viciação” do processo por cidadãos que não integram o partido e se inscreveram para participar.
Esta decisão foi revertida na quinta-feira à noite pela Comissão de Ética e Arbitragem, que integra o Conselho de Jurisdição do partido, considerando que “não foram apuradas condutas concretas que traduzam uma viciação do processo eleitoral”.
Segundo a Comissão Eleitoral, em causa estava o facto de ter surgido um candidato - Francisco Paupério, que ficou em primeiro lugar na 1ª volta – “com um número excessivo de votos únicos (aqueles que provêm de um eleitor que apenas ordena um candidato)", considerando este número "excessivo em comparação com outras primárias e em comparação com os restantes candidatos desta eleição".
De acordo com o regulamento das primárias do Livre, no momento da votação, a escolha faz-se "através de ordenação dos candidatos, de forma preferencial de 1 a 6", ainda que esta não seja obrigatória.
O Livre tem duas formas de militância: os membros, que têm direito a eleger e ser eleitos para cargos internos, votar documentos estratégicos e pagam quotas; e os apoiantes, que não contribuem monetariamente mas podem candidatar-se ou ser eleitos nas primárias.
A participação nas primárias do Livre é aberta a qualquer cidadão, desde que este assine a carta de princípios deste partido, respeite o código de ética e assine um “acordo de compromisso”, sob pena de ser retirada a confiança política.
Todos os cidadãos que decidam votar nas primárias do Livre têm que assumir o compromisso de honra “de participar de boa-fé no processo das primárias abertas e de zelar pela sua integridade e credibilidade”, subscrever os princípios e o programa político do Livre e declarar que não fazem parte de outro partido político.
As eleições europeias estão marcadas para 9 de junho.