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Congresso CDS-PP

Manuel Monteiro. "Não temos de pedir desculpa por ser contra o aborto"

20 abr, 2024 - 18:50 • Filipa Ribeiro , Manuela Pires

Antigo líder do CDS-PP critica novos partidos da direita e defende que não se deve pedir desculpa por se ser contra o aborto. No congresso dos centristas, Manuel Monteiro lembra ainda que o PSD não está sozinho no governo.

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O antigo líder do CDS-PP considerou este sábado que o partido deve estar contente por regressar ao Parlamento, mas alertou que o regresso não se deve ao PSD. “O PSD só ganhou as eleições porque o CDS estava lá”, defendeu. Num discurso no 31º Congresso do CDS-PP, Manuel Monteiro realçou que “é bom que o parceiro de coligação saiba que o que existe é um Governo de 2 partidos e não de apenas um”.

Manuel Monteiro disse que não se deve pedir desculpa “por sermos contra o aborto”, dirigindo-se ao "doutor Paulo Núncio". Paulo Núncio, agora líder parlamentar do CDS-PP, defendeu um novo referendo ao aborto ainda em tempo de campanha eleitoral.

Manuel Monteiro lembra que, quando houve um referendo, o CDS “deu a cara”, e sublinha que quando se colocam “os valores em segundo plano, deixamos de ter identidade”.

O antigo líder do CDS não compreende porque causou “tanto sururu” o livro “Identidade e família”. “Como se defender a família fosse crime”, afirmou.

Manuel Monteiro reconhece culpa no aparecimento de extremos

Monteiro é o único dos antigos líderes a participar presencialmente no congresso, e defendeu que o partido se deve reinventar como “o partido da ordem e do bem comum, porque sem ordem não há liberdade”.

Manuel Monteiro reconheceu que a única parede que existia à direita do CDS caiu. “Por muito que nos custe, a parede caiu, e alguma responsabilidade seguramente teremos nisso”, disse, acrescentando que “não se pode culpar apenas os outros”.

O antigo líder do CDS considerou necessário perceber essa queda, e propôs uma conversa com a Iniciativa Liberal. “Dizer que sempre defendemos a liberdade económica e a economia de mercado, mas que para nós o ser humano não é apenas um consumidor”, afirmou.

Ainda numa mensagem ao Chega, Manuel Monteiro recordou que sempre se assumiu como católico e conservador, afirmando que houve quem se silenciasse sobre certos valores na campanha eleitoral. “Eles eram contra tudo, eles eram contra o aborto, eram contra a identidade de género, eram contra a eutanásia, mas na campanha eleitoral ficaram caladinhos, náo fossem assustar a caça”, disse.

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