28 mai, 2024 - 18:34 • Filipa Ribeiro
Ao mesmo tempo que o Presidente ucraniano viajava para Portugal, João Cotrim de Figueiredo chamou elementos do partido e da sociedade civil para um almoço junto a um campo de golfe em Lisboa. O ponto central seriam as propostas para a economia europeia, mas Volodymyr Zelensky acabou por ser um dos temas prioritários, com o candidato da Iniciativa Liberal às europeias de 9 de junho a indicar que tem a preocupação de “não deixar os ucranianos numa situação em que não possam decidir o seu próprio destino”.
“É preciso auxílio na atual guerra e é preciso que a Europa se fortaleça para dissuadir qualquer tentação futura de qualquer outro tirano, outro autoritário coloque acima dos interesses do povo, as suas preocupações e ambições pessoas”, disse o cabeça de lista da IL.
Já antes do almoço que juntou pouco mais de 70 pessoas, João Cotrim Figueiredo confirmou que tentou um encontro com Volodymyr Zelensky. “Não foi possível confirmar, se acabarmos por não conseguir ligar farei questão de lhe ligar diretamente”, garantiu o candidato da IL ao Parlamento Europeu.
Atento à visita do Presidente da Ucrânia, João Cotrim Figueiredo sublinhou que há muito que Portugal pode oferecer em questões diplomáticas e políticas. O candidato da IL e antigo presidente do partido disse que “a família dos liberais está na primeira linha na inclusão do partido de Zelensky no Partido Liberal europeu como espécie de antecâmara daquilo que pode ser a adesão da Ucrânia na Europa“. Cotrim Figueiredo diz que essa é uma forma de “perceber que partidos democráticos estão do lado da Ucrânia sem mas... e sem desde que ... e sem condicionar o apoio a decisões que a Ucrânia deve tomar livremente”.
Depois do almoço que Cotrim Figueiredo diz não ser de campanha, o gestor e candidato liberal falou sobre economia, sublinhando que é necessário gerar recursos financeiros porque é o crescimento económico que gera oportunidades para se pagar cada vez melhor aos europeus.
O candidato liberal realçou que a Europa foi ultrapassada pelos Estados Unidos em PIB per capita e que a maior preocupação dos liberais é fazer com que no futuro se diga que a Europa é um espaço de liberdade e prosperidade.
João Cotrim Figueiredo defende que o mercado único se “transformou numa coisa viscosa e difícil por ter mais obstáculos hoje à circulação de bens que há 40 anos”. Os liberais defendem por isso maior desburocratização dos processos e no almoço foi deixado o pedido para que todos os participantes deixassem a experiência pessoal para saber onde é que a Europa pode ser um exemplo ou um obstáculo que exista. “Ainda vamos a tempo de no debate desta terça-feira levar uma proposta ou algo para envergonhar os outros partidos”, disse.
No almoço, para o qual terão sido convidados membros da sociedade civil, sentou-se entre João Cotrim Figueiredo e Rui Rocha o economista e investigador Pedro Brinca um dos elementos da sociedade civil que participaram no almoço. Pedro Brinca também discursou e e afirmou que vai votar na Iniciativa Liberal. Para economista os fundos europeus podem ser um “presente envenenado” devido à falta de fiscalização e acredita que as propostas da IL para fiscalização da atribuição dos fundos são o caminho.
A discussão entre as campanhas do Bloco de Esquerda e a Iniciativa Liberal surgiu na segunda-feira. A base? A invasão da Ucrânia pela Rússia.
Esta quarta-feira, depois de ontem João Cotrim Figueiredo ter chamado o Bloco de Esquerda de "euro sonso" sobre os argumentos utilizados no início da guerra na Ucrânia, Catarina Martins acusou o candidato liberal às europeias de mentir e de usar “estratagemas de extrema direita sobre a Ucrânia”.
Crítica recebida por João Cotrim Figueiredo que confessa aos jornalistas não ter ouvido as declarações da candidata do Bloco de Esquerda. Ainda assim, diz nunca ter mentido quando disse que ouviu o BE dizer que apoiava a Ucrânia num caminho para a paz em que haja neutralidade. "Isto é imiscuir-se na soberania da Ucrânia”, diz o candidato liberal.