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Eleições Europeias

Chega recusa apoiar Von der Leyen e reconhecer já a Palestina

30 mai, 2024 - 18:03 • Lusa

Os eurodeputados eleitos pelo Chega vão propor que o Parlamento Europeu fiscalize a aplicação de fundos na coesão territorial.

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O cabeça de lista do Chega às eleições europeias recusa apoiar a candidatura da presidente da Comissão Europeia a um segundo mandato e defendeu que Portugal não deve reconhecer o Palestina como Estado enquanto durar o conflito.

Numa ação de campanha em Estremoz, no distrito de Évora, António Tânger Corrêa disse que o Chega não apoia “de todo” Ursula von der Leyen.

“Nós combatemos, quer em território nacional quer lá fora, a corrupção e a senhora Ursula von der Leyen está ligada a casos de corrupção. Para nós, é inadmissível [e] mais grave do que a própria gestão da Comissão que ela tem feito, que também é grave”, justificou.

O candidato do Chega a eurodeputado foi questionado também pelos jornalistas se Portugal deveria reconhecer a Palestina como um Estado, seguindo o exemplo de Espanha.

“Com certeza que não. Felizmente que a mulher do nosso primeiro-ministro não vai ser indiciada pela justiça, porque essa é a verdadeira razão pela qual Espanha fez o que fez”, respondeu.

Parlamento Europeu a fiscalizar aplicação de fundos

O presidente do Chega também marcou presença neste quarto dia de campanha para as eleições europeias de 9 de junho. Os eurodeputados eleitos pelo Chega vão propor que o Parlamento Europeu fiscalize a aplicação de fundos na coesão territorial, indicou André Ventura, que desafiou o Governo a divulgar a nacionalidade e etnia dos suspeito nos relatórios sobre criminalidade.

"Temos tido fundos de coesão que são muito mal executados em Portugal, e esse é um problema dos governos", afirmou André Ventura, referindo que "uma das primeiras medidas" dos eurodeputados do Chega será propor que "o Parlamento Europeu fiscalize aqueles países que não estão a executar os fundos na área da coesão".

O líder do Chega indicou que essa fiscalização pode ser feita "através de uma comissão parlamentar eventual ou de uma comissão permanente".

"Eu penso que o Parlamento Europeu tem hoje mecanismos de fiscalização, mas que são fracos", afirmou.

André Ventura aproveitou a presença de muito poucas pessoas nas ruas de Estremoz à hora de almoço para falar de desertificação e salientar que se estão a criar "grandes metrópoles urbanas na Europa, onde praticamente se condensa a população toda, e o resto do país esquecido".

"Portugal parece que esqueceu o interior do país", criticou, referindo que uma das funções dos eleitos ao Parlamento Europeu "é chamar a atenção que os fundos de coesão não estão a ser aplicados e não estão a ser bem executados".

Apontando que "os últimos governos de PS e PSD não executaram uma grande parte dos fundos", Ventura salientou que "o dinheiro que vai para os países tem de ser efetivamente para os países e não para os governos, tem de ser efetivamente para os governos se comprometerem com os países".

O presidente do Chega considerou também que Portugal é um país "a duas velocidades ou a três", que "foi priorizando sempre o litoral em detrimento do interior, cada vez mais abandonado".

E aproveitou também criticar o secretário-geral do PS: "Pedro Nuno Santos gosta muito de usar o lema de Portugal inteiro, devia vir aqui ao interior do país para ver que Portugal interior é um Portugal esquecido, abandonado, e era isso que eu gostava que ele fizesse, em vez de andar só em espetáculos políticos com a doutora Marta Temido.".

Ventura quer conhecer nacionalidade dos criminosos

Na ocasião, André Ventura acusou também o Governo de "esconder os dados" sobre os crimes cometidos em Portugal e deixou um apelo: "se tem tanta coragem e certeza de que os estrangeiros não estão a cometer mais crimes faça um favor, abra os dados e deixe que as polícias registem a nacionalidade e a etnia dos criminosos".

"Abra os dados, deixe-nos ver e deixe o país consultar qual é a nacionalidade dos criminosos que estão a atuar em Portugal. É um desafio simples, pela transparência de um Governo que diz que quer a transparência", desafiou.

Na ocasião, o presidente do Chega foi questionado também sobre a reunião informal dos ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO, hoje e na sexta-feira para preparar a cimeira de julho, com a discussão a ser dominada pelas limitações impostas ao uso de armamento ocidental pela Ucrânia.

"Putin tem de saber que ao agredir outro país sujeita-se a consequências no seu próprio território. [...] A Europa não se pode ajoelhar nem aninhar [...], se para vencer a Rússia for necessário atacar alvos dentro da Rússia com armas fornecidas pela União Europeia isso é a consequência de quem lançou uma guerra de forma imprevisível", defendeu.

Sobre as críticas da cabeça de lista do BE, Catarina Martins, que acusou hoje a extrema-direita de estar "ao serviço" do chefe de Estado russo, Ventura retorquiu que a ex-líder bloquista "tem estado sistematicamente ao lado das forças erradas da história" e "de mãos dadas com os piores regimes do mundo", como o Irão, Arábia Saudita, Venezuela e Cuba. E salientou que o Chega está ao lado da Ucrânia e condenou a Rússia.

"Eu acho que Catarina Martins neste caso calada era uma poeta", afirmou.

Em Portugal, as eleições europeias realizam-se em 09 de junho e serão disputadas por 17 partidos e coligações: AD, PS, Chega, IL, BE, CDU, Livre, PAN, ADN, MAS, Ergue-te, Nova Direita, Volt Portugal, RIR, Nós Cidadãos, MPT e PTP. Serão eleitos 21 deputados.

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