01 jun, 2024 - 02:21
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A cabeça de lista do PS às europeias acusou esta sexta-feira a AD de "duplicidade e dois pesos e duas medidas" por se ter abstido numa votação no Parlamento Europeu que instava o Banco Central Europeu a baixar as taxas de juro.
Marta Temido encerrou esta sexta-feira o Encontro Europa, um comício na Guarda no qual contou com o seu antecessor no lugar cimeiro da lista do PS às europeias, Pedro Marques, e deixou avisos sobre os riscos de retrocesso na resposta às crises.
"Foi o PPE - a família na qual a AD se inscreve, mesmo que a AD diga que não teve nada a ver com isso - que instou o BCE a aumentar as taxas de juro, as taxas de juro que tanto castigam as famílias, que tanto castigaram as famílias portuguesas no início desta crise", criticou.
Considerando que a lição de que "as crises não são todas iguais e portanto não podem ter todas as mesmas respostas" devia ter sido aprendida, a cabeça de lista do PS lamentou que isso não tenha acontecido quando a AD se absteve numa votação que instava o BCE a baixar as taxas de juro.
"A AD refugiou-se num argumento técnico-jurídico. Invocou apenas a independência do BCE quando um ano antes tinha instado o BCE a aumentar as taxas de juros e nisto se vê aquilo que é a duplicidade, aquilo que são dois pesos e duas medidas, ora dizemos uma coisa, ora dizemos outra", acusou.
Para Temido, os portugueses estão "um bocadinho fartos de enganos".
"A AD não esteve desse lado, a AD é esse lado porque foi Miranda Sarmento, atual ministro das Finanças que disse que era preciso subir as taxas de juro. Essa é a única resposta que estas pessoas conhecem para responder aos problemas das crises com que nos vamos confrontando", criticou.
Europeias 2024
Cabeça de lista do PS às Europeias reconhece que o(...)
Depois de um dia intenso de ações de campanha no interior, a cabeça de lista do PS trazia uma pergunta "muito simples": "afinal que Europa queremos nós?".
A resposta foi dada de imediato por Marta Temido, que quer "uma Europa mais solidária e uma Europa com oportunidades para todos".
A socialista criticou a forma como foi dada a resposta à crise financeira a partir de 2008, que resumiu em três palavras: "austeridade, austeridade e austeridade".
"Quando fomos confrontados com a crise da covid escolhemos uma outra resposta", apontou, recordando que foi o ex-primeiro-ministro António Costa que "levantou a voz para combater as declarações dos ministro das Finanças holandês que em 2020 recusava avançar com respostas conjuntas à covid".
"À austeridade, austeridade, austeridade respondemos com saúde, apoio ao trabalho e apoio à economia e é toda a diferença", contrastou.
A então ministra da Saúde referiu o "impacto da compra conjunta de vacinas e da administração de vacinas em todos os estados membros no mesmo dia, no mesmo momento".
"Porque todos os europeus têm o mesmo direito e a Europa que queremos trata todos por igual", disse.
Para Marta Temido, não se pode andar para trás em relação a esta diferente forma de encarar aquilo que são os desafios conjuntos, insistindo na solidariedade como resposta.