02 jun, 2024 - 14:33 • Lusa
A cabeça de lista do PS às eleições europeias rejeitou este domingo que a Secretaria-Geral do Ministério da Saúde tenha feito contratos com entidades privadas enquanto foi ministra, porque quem conhece bem o setor "não compra a terceiros".
"O Ministério da Saúde, através da Secretaria-Geral, que é a entidade que realiza as aquisições, não realizou contratos com consultoras privadas. Agora quando se diz universo da saúde, que foi o que foi referido, terá de se questionar o vasto universo da saúde", referiu Marta Temido.
O Governo PSD/CDS-PP admitiu no sábado ter contratado uma consultora privada para "organizar e estruturar" o trabalho da "task force" responsável pelo Plano de Emergência da Saúde, sublinhando que a empresa tem trabalhado com o "universo Ministério da Saúde" nos "últimos anos".
Numa visita à Festa da Cereja de Resende, no norte do distrito de Viseu, a candidata a eurodeputada criticou quem define estratégias politicas entregando-as ao setor privado.
"Quem conhece bem não compra a terceiros, quem não sabe bem o que fazer tende a comprar fora. São opções", apontou.
Aos jornalistas, Marta Temido explicou que, talvez por ter "muita experiência no setor da saúde", sempre entendeu que essa "não era uma boa opção". .
"Conheço profundamente o nosso país, também graças ao trabalho que tive como administradora hospitalar, trabalhei aqui a poucos quilómetros, no Hospital do Peso da Régua", acrescentou.
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, questionou no sábado o Governo sobre se alguma empresa privada na área da consultoria esteve envolvida na elaboração do plano de emergência para a saúde, como foi contratada e a que informação do serviço Nacional de Saúde (SNS) teve acesso.
Segundo o líder socialista, "aparentemente uma empresa de consultoria privada participou nas reuniões de consulta a várias entidades, privadas e públicas", e não se sabe "até que ponto esteve também na conceção do plano de emergência da saúde".
Já hoje, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, defendeu que a questão colocada pelo secretário-geral do PS sobre a eventual utilização de uma consultora privada no plano estratégico para a saúde não tem "pés nem cabeça".
"Isso não tem pés nem cabeça, não tem pés nem cabeça. Eu não vou estar a falar sobre isso agora, mas não tem pés nem cabeça, essa acusação", disse Luís Montenegro.
Numa nota enviada à Lusa, o gabinete da ministra da Saúde esclareceu que "para organizar e estruturar os contributos/trabalho da "task force" foi contratada uma consultora privada, a IQVIA Solutions, que faz parte da bolsa de consultoras que tem trabalhado com o universo Ministério da Saúde nos últimos anos".