02 jun, 2024 - 17:50 • Tomás Anjinho Chagas
É mais um episódio que marca esta campanha eleitoral do Chega: o "plano com amigos americanos". Este sábado, durante um discurso em Torres Novas, Santarém, o cabeça de lista pelo Chega às eleições europeias revelou que tem um "plano" com "amigos americanos" para a economia portuguesa, que quer implementar "quando André Ventura for primeiro-ministro". Este domingo os jornalistas pediram-lhe mais detalhes.
"Amigos é um bocado exagerado", começou por introduzir Tânger Corrêa, apesar da expressão "amigos" ter sido cunhada por ele próprio menos de 24 horas antes. "É um projeto muito antigo na minha cabeça, em que comecei a trabalhar muito antes do Chega existir", enquadrou o antigo embaixador.
Em causa, explica o candidato, é a possibilidade de Portugal se tornar "ultraperiférico" com a adesão de novos países à União Europeia e quer aproveitar o Oceano Atlântico, em articulação com os Estados Unidos e com o Canadá.
No meio das explicações, Tânger Corrêa refere que este é um "projeto faseado para centralizar Portugal", diz que tem uma vertente "económica, social, de defesa e de recentralização a nível do Atlântico", mas recusou-se a dar mais detalhes.
"Falei com muita gente nos Estados Unidos, também no Canadá e com ingleses", alimenta o candidato, que logo depois põe um travão quando se lhe perguntam quem são as pessoas que estão a gizar o plano com ele.
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"Agora não posso divulgar porque o plano é secreto, são institutos extremamente importantes. Só será revelado quando André Ventura quiser", secou Tânger Corrêa.
E André Ventura quer revelar o plano? "Não, o senhor embaixador revelou um plano que eu espere que me apresente quando for primeiro-ministro", admitiu o líder do partido. E conhece sequer o plano? "Se conhecesse não era um plano traçado pelo embaixador António Tânger".
Depois das declarações aos jornalistas, o candidato dirigiu-se a André Ventura: "Se quiseres mostro-te o plano", garantiu Tânger Correa ao líder do seu próprio partido.