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Indemnização da CP. Secretária de Estado disponível para ser ouvida na AR

07 jun, 2024 - 14:35 • Lusa

Cristina Dias recebeu indemnização da CP em 2015, quando saiu para a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes.

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A secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Dias, manifestou esta sexta-feira à agência Lusa total disponibilidade para ser ouvida na Assembleia da República sobre a indemnização que recebeu da CP em 2015, quando saiu para a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes.

Numa declaração por escrito enviada à agência Lusa, a secretária de Estado disse estar "disponível para ir à Assembleia da República prestar os esclarecimentos que se julguem necessários aos senhores deputados".

"Irei com muito gosto esclarecer qualquer dúvida ou incerteza que ainda possa existir e que os deputados considerem úteis. Eu própria tenho interesse em que este assunto possa ser esclarecido de uma vez. Aliás, nunca neguei qualquer esclarecimento sobre a matéria sempre que me foi solicitado", afirmou a secretária de Estado.

Estas declarações aconteceram depois de o PS ter apresentado no parlamento um pedido de audição de Cristina Dias no âmbito da sua saída da CP para a AMT por considerar que houve falta de transparência no processo de indemnização da então administradora da empresa pública ferroviária.

João Torres, vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS, defendeu esta manhã que esta mudança "foi uma via verde de transição da CP para a AMT com uma indemnização de aproximadamente 79 mil euros que está envolta num conjunto de questões de natureza política, ética e jurídica que urge esclarecer".

O jornal Correio da Manhã noticiou, em 19 de abril, que Cristina Pinto Dias, atual secretária de Estado da Mobilidade, saiu da CP em julho de 2015, com uma indemnização de cerca de 80.000 euros, e foi depois ganhar como administradora da AMT, convidada pelo governo PSD/CDS-PP, um salário e despesas de representação na ordem dos 13.440 euros por mês, quase o dobro dos 7.210 euros que recebia na CP.

Ao longo das últimas semanas, foram várias as figuras a prestar esclarecimentos no parlamento. O ex-diretor da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário Francisco Fortunato considerou que nenhuma norma foi cumprida na indemnização de 80.000 euros paga pela CP à atual secretária de Estado da Mobilidade e que o processo lesou o interesse público.

O antigo presidente da CP Manuel Queiró negou ter tido conhecimento prévio da ida da então administradora e atual secretária de Estado Cristina Dias para a AMT.

O antigo secretário de Estado Sérgio Monteiro negou ter tido conhecimento da indemnização paga à antiga administradora da CP e atual secretária de Estado Cristina Dias e garantiu que não houve qualquer aprovação da sua parte.

Garantiu também que Cristina Dias desconhecia o salário que ia auferir na AMT quando pediu para sair da CP CP e rejeitou "fatos feitos à medida" para indemnização.

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  • Anastácio José Marti
    07 jun, 2024 Lisboa 14:39
    O que é feito da vergonha nos procedimentos tidos por políticos que assim se comportam? Seja quem recebeu, seja quem autorizou, seja quem tomou a iniciativa, que respeito mostraram pelos impostos pagos por quem trabalha, alguém sabe? Num país que um um quinto da sua populaão na pobreza ou à beira de lá chegar, quanto revoltante é para quem mal tem para as suas necessidades diárias assistir impunemente a estes factos que só qualificam os que os cometem e os que deles tiram proveito, o que só é possível pela inoperacionalidade do Ministério Público e de toda a Administração Pública estar totalmente politizada, onde ninguém fiscaliza seja o que for e onde estes crimes, a sê-los, continuarão a compensar quem os comete, que vão tirando proveito dos valores assim recebidos se algum dia os tiverem de devolver, o que a acontecer, nada lhes acontecerá, tal como estou certo que aconteceria a alguém que tirasse uma carcaça de uma grande superfície para matar a fome, aqui estou certo que haveriam as celeridade, eficiência e eficácia que a Justiça nunca teve quando evolve políticos como o caso presente. É este o Estado de Direito e Pessoa de Bem que assim a sua Justiça finge funcionar? Simultaneamente, no mesmo país aumenta diariamente o número de sem abrigo, o nº de cidadãos a pedir apoio ao Banco Alimentar, em pleno século XXI, não deveriam ser estas vergonhas humanas, mais do que suficientes para qualificar estes políticos da treta?

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