07 jun, 2024 - 20:35 • Ricardo Vieira
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, lançou esta sexta-feira duras críticas ao Governo da AD e a Sebastião Bugalho, que fica "atrapalhado" quando fala de direitos das mulheres, no encerramento da campanha para as eleições europeias.
Ao lado da cabeça de lista, Marta Temido, num arraial em Chelas, Lisboa, Pedro Nuno Santos disse que a AD pensa que pode fazer tudo e acusou o Governo de “esconder os problemas para debaixo do tapete”.
"A AD encontrou uma nova forma de governar. Acham que podem tudo. Só passaram três meses, mas eles estão convencidos que podem tudo. Não precisam de falar com a oposição, não precisam de dialogar com ninguém", lamentou o líder socialista.
"Só tiveram 28% dos votos, mas governam como se tivessem maioria absoluta. Há um sentimento de impunidade no Governo, estão lá há tão pouco tempo, mas já se comportam como se estivessem lá há dez anos”, atirou Pedro Nuno Santos, que deu vários exemplos.
O Governo faz “propaganda através de meios do Estado”, apesar das advertências da Comissão Nacional de Eleições, acusou Pedro Nuno Santos.
Europeias 2024
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O executivo de Luís Montenegro anuncia planos e medidas, mas não coloca prazos, afirma . “AD apresenta planos e medidas, mas não apresenta prazos para cumprir”, diz o líder do PS, que dá o exemplo do Plano de Ação para as Migrações que não tem meta para resolver o problema dos 400 mil casos pendentes.
“Eles ainda vão mais longe. Assistimos a filas na AIMA para regularizar processos. Se alterarmos a lei e proibimos a possibilidade de alguém que está a trabalhar em Portugal de se legalizar, eles já não vão para as filas. Deixa de haver filas. É assim que resolvem os problemas.”
Na Saúde, o anterior Governo divulgava o mapa das urgências encerradas para informar a população: “os problemas existiam, mas nós não os escondemos debaixo do tapete”, atirou Pedro Nuno Santos. Agora, o executivo da AD em vez de resolver os problemas “acabou com o mapa das urgências na internet, agora ninguém sabe quais são as urgências que estão fechadas”.
"Eles não resolvem os problemas. Têm é de garantir que os problemas saem dos noticiários", sublinha o secretário-geral do PS.
Pedro Nuno Santos recupera as declarações desta sexta-feira do governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, que alertou para o impacto de novas medidas nas contas públicas e no défice.
"Eles apresentam medidas atrás de medidas, fazem anúncios, mas não metem lá o custo. Tem uma vantagem: assim não sabemos se eles incumprem as regras orçamentais. O Banco de Portugal veio agora dizer que com as medidas que o Governo anunciou, se calhar, podemos voltar ao défice. Só que nós não sabemos, porque não sabemos quanto custam as medidas que eles anunciaram", reforça o líder socialista.
O secretário-geral socialista considera que domingo é uma data importante também porque se vai “dizer não à arrogância da direita e do Governo da AD”, apelando ao voto porque “quem manda é o povo” e não os políticos.
No arraial em Chelas, Pedro Nuno Santos fez um último apelo ao voto para que “ninguém desperdice um dos direitos mais importantes”.
“Dia 9 de junho é uma data importante, é uma data em que nós vamos dizer também não à arrogância da direita, não à arrogância do Governo da AD, não a quem se esquece dos direitos das mulheres, de quem trabalha e de quem trabalhou uma vida inteira”, pediu.
No seu discurso, a cabeça de lista, Marta Temido, defende que só o PS pode fazer valer os valores europeus e alerta que a AD vai sentar-se com quem quer construir muros na Europa.
"Da nossa parte estamos muito confortáveis, convictos e orgulhos de nos sentarmos com os Socialistas Europeias, que vão defender os nossos valores, mas esse não será o caso de todos. Não será o caso da AD, que se vai sentar à mesa com quem quer construir muros nas fronteiras externas na União Europeia, quem quer externalizar aos países terceiros a gestão da colocação de migrantes, o que os torna cúmplices da violação de direitos humanos", criticou Marta Temido.