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​“Pouco me importa a instabilidade política”. PCP admite eleições no início do ano

12 jun, 2024 - 15:34 • Cristina Nascimento

Secretário-geral Paulo Raimundo acha “arriscado” e “prematuro” assumir que o próximo ato eleitoral será o das autárquicas em setembro/outubro de 2025.

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O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, rejeita que a estabilidade política seja fundamental. Questionado sobre leituras políticas que podem ser feitas depois das europeias e eventuais cenários de eleições antecipadas, Raimundo argumenta que o mais importante é resolver os problemas da vida dos portugueses.

“Pouco me importa, sinceramente, a instabilidade política. Sinceramente, eu acho que essa não é a questão”, disse Paulo Raimundo, em conferência de imprensa.

Raimundo argumenta que o que “importa, todos os dias, é a instabilidade da vida das pessoas, a instabilidade de não conseguir aguentar o salário até ao final do mês, a instabilidade de não conseguir ter acesso ao Serviço Nacional de Saúde, a instabilidade de não conseguir aguentar uma habitação, um teto”.

“Isso é que é a grande instabilidade e essa instabilidade é que é preciso resolver, não é a instabilidade política no abstrato”, disse. Raimundo questionou o que “vale a estabilidade política se a vida, permanentemente, das pessoas se mantêm em instabilidade? Vale muito pouco”.

Na conferência de imprensa realizada para dar conta da análise dos resultados eleitorais feita na reunião do comité central do PCP, Paulo Raimundo admitiu que o partido já está a “a trabalhar no quadro da batalha autárquica”, mas considerou “arriscado “ e “prematuro” contar que o próximo ato eleitoral seja esse.

“Penso que é prematuro estar a fazer antecipações de que agora só vai haver eleições lá para setembro ou outubro do próximo ano. Acho que é prematuro isso, mas, no quadro da nossa forma de estar, das nossas características, dos nossos compromissos, estaremos prontos para qualquer desafio que se coloque, seja lá para o final de 2025, seja para inícios de 2025”, declarou.

Raimundo foi ainda questionado sobre as declarações do Presidente da República que afirmou que o ideal para o interesse do país seria que o Governo tivesse um mandato longo.

Na resposta, o líder comunista respondeu que "não se pode confundir desejos com apelos".

"Admito que o senhor Presidente tenha o desejo deste governo continuar, mas isso é uma coisa, outra é olhar para o país que temos. Independentemente dos anúncios e da máquina de propaganda que está montada e bem montada, a realidade da vida das pessoas é que a vida tem vindo a piorar", rematou.

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