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Justiça

Nuno Rebelo de Sousa depõe a 3 de julho por videoconferência, mas ficará em silêncio

25 jun, 2024 - 10:00 • Ana Kotowicz com redação

Inquirição decorrerá na próxima semana por videoconferência. Defesa insiste que Nuno Rebelo de Sousa “vai usar integralmente o seu direito ao silêncio"

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Será já na próxima semana que Nuno Rebelo de Sousa, filho do Presidente da República, vai depor na comissão de Inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras, através de videoconferência. No entanto, deverá remeter-se ao silêncio durante toda a audição – um método que também foi utilizado por Lacerda Sales. O antigo secretário de Estado da Saúde escusou-se a responder à maioria das perguntas dos deputados, um direito que lhe assiste devido ao estatuto de arguido no processo.

A indicação de que Rebelo de Sousa prestará depoimento remotamente foi avançada ao Parlamento pelos seus advogados e confirmada à Renascença pelo presidente da comissão parlamentar de inquérito, Rui Paulo Sousa. A data está agendada para 3 de julho, próxima quarta-feira, a partir das 14h00.

No entanto, e segundo avança o jornal Observador, a defesa insiste que Nuno Rebelo de Sousa “vai usar integralmente o seu direito ao silêncio". Se, apesar disso, a comissão parlamentar “considera a audição necessária e útil (…) então, naturalmente, confirmamos a disponibilidade do nosso constituinte para essa videoconferência, e logo para a primeira data referida na convocatória”, lê-se na nota enviada aos serviços da CPI, divulgada por aquele jornal.

Outro ponto que a defesa de Nuno Rebelo de Sousa esclarece é que, no momento da primeira convocatória, as datas propostas não eram compatíveis com a agenda profissional do filho do chefe de Estado. De resto, garantem que nunca houve uma recusa de prestar depoimento frente aos deputados portugueses, muito embora os advogados Rui Patrício e Tiago da Costa Andrade argumentem que a CPI não tem poderes para convocar alguém que reside no estrangeiro — neste caso, Nuno Rebelo de Sousa — para comparecer no Parlamento.

Por isso mesmo, argumentam, nunca se poderia falar de um crime de desobediência.

A defesa de Nuno Rebelo de Sousa confirmou ao final da manhã, em resposta à Renascença, a disponibilidade do filho do seu constituinte.

"O que confirmamos é que, se a CPI entende que, apesar da legítima e total invocação do direito ao silêncio (por conselho dos advogados), a audição tem necessidade e utilidade, e se a AR avança agora com a possibilidade de videoconferência, então o doutor Nuno Rebelo de Sousa reafirma a sua disponibilidade de princípio (a que não estava obrigado) e agora concretiza-a para a data de 3 de julho e por meio de videoconferência."

Ou seja, foi o facto de a audição poder ser feita remotamente que levou Nuno Rebelo de Sousa a aceitar comparecer perante os deputados.

No processo criminal aberto no DIAP (Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa), Nuno Rebelo de Sousa é arguido pelo crime de abuso de poder e de prevaricação em regime de co-autoria com o antigo secretário de Estado Lacerda Sales.

Esta terça-feira, também a antiga ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, será ouvida no Parlamento sobre este caso.

[notícia atualizada às 12h35, com resposta da defesa de Nuno Rebelo de Sousa]

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