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Montenegro aceita negociar mas prefere ir-se embora do que faltar a compromissos

08 jul, 2024 - 13:38 • Lusa

"Não nos podem pedir para fazer o contrário daquilo que nos comprometemos perante os portugueses. Para isso, prefiro ir embora", declara primeiro-ministro.

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O primeiro-ministro afirmou esta segunda-feira que aceita negociar com outras forças políticas, mas avisou que recusa entrar em jogos políticos e que prefere "ir embora" do que faltar aos compromissos que assumiu perante o país.

Esta advertência foi transmitida por Luís Montenegro no enceramento da conferência "Millennium Talks", que decorreu no pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, depois de fazer alusão a medidas do programa apresentado pelo Governo, intitulado "Acelerar a economia", designadamente à projetada descida do IRC para 15% até 2027.

"A política fiscal não é um instrumento de política financeira, mas, sobretudo, de política económica e social. Deve mexer-se num imposto para haver maior crescimento económico. Quando decidimos diminuir o IRC, quando fazemos isso, olhamos para o efeito económico e social das medidas", começou por declarar o líder do executivo.

Luís Montenegro disse não ser "irresponsável" em matéria de equilíbrio das contas públicas, mas advogou que, quando desce o IRC, não está somente a pensar na receita fiscal.

Depois, referiu-se ao cumprimento do programa do Governo do ponto de vista político e às críticas que tem recebido dos partidos da oposição, designadamente em matéria de descida de IRC.

"Aceito negociar, quero obter o maior consenso possível, mas não aceito contrariar a minha palavra, não aceito deturpar os compromissos que assumi perante os portugueses, perante o Presidente da República e perante os deputados ao nível do programa", advertiu.

O primeiro-ministro foi ainda mais longe nos avisos às forças da oposição, depois de referir que quer aproximar posições e de ter defendido que o seu Governo tem dado passos nesse sentido.

"Mas não nos podem pedir para fazer o contrário daquilo que nos comprometemos perante os portugueses. Para isso, prefiro ir embora. Não vou andar com jogos, nem a simular negociações. Digo isto de peito aberto. Não é arrogância mas humildade", sustentou.

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