09 jul, 2024 - 11:00 • João Malheiro
O líder parlamentar do CDS-PP considera que a entrevista da Procuradora-Geral da República (PGR), desta segunda-feira, à RTP, deixou "muitas pontas soltas".
Numa reação aos jornalistas, no Parlamento, Paulo Núncio refere que Lucília Gago "vai ter de explicar" quem são as pessoas que acusa de orquestrar uma campanha contra o Ministério Público.
"Gostaríamos de saber a que pessoas a que a PGR se refere", acrescenta, apontando que a ida à Assembleia da República por parte de Lucília Gago será uma boa altura para o esclarecer.
"É preciso perceber o que significam as críticas a um conjunto de pessoas que não identificou. Se há pessoas a tentar limitar o trabalho do MP é importante conhecer essas pessoas", reitera.
O Bloco de Esquerda também se mostrou insatisfeito com os esclarecimentos da PGR. Do lado do PCP, o deputado António Filipe, considera que a ida da Procuradora-Geral da República à RTP não pode substituir uma ida ao Parlamento. O Livre também lamenta a falta de esclarecimentos de Lucília Gago.
PS e PSD ainda não se pronunciaram. Os restantes partidos não poupam nas críticas à Procuradora. Há apenas uma avaliação positiva, que parte da Iniciativa Liberal.
Rui Rocha considerou que a procuradora-geral da República terminou "com a teoria do golpe de Estado" ao anterior governo e defendeu que política e justiça devem entrar numa "fase nova de respeito mútuo".
"Eu creio que esta entrevista termina com a teoria do golpe de Estado. A senhora procuradora explicou os motivos pelos quais o famoso parágrafo da política portuguesa foi incluído, são motivos razoáveis e, portanto, eu creio que aqueles que se empenharam na teoria do golpe de Estado, fazendo artigos de jornais, tentando condicionar a opinião pública, terminaram com esta entrevista essa atividade, porque já ninguém acredita nessa teoria do golpe de Estado", defendeu.
[Atualizado às 13h00]