09 jul, 2024 - 11:55 • Susana Madureira Martins
Horas depois da entrevista à Procuradora-geral da República (PGR), a comissária europeia Elisa Ferreira veio a terreiro defender António Costa na sequência do inquérito judicial que o envolve e que, como salientou Lucília Gago, “ainda decorre”.
Falando nas jornadas parlamentares do PS, que terminam esta terça-feira num hotel em Castelo Branco, Elisa Ferreira não falou diretamente da entrevista da PGR, mas disse que “às vezes, acontecem coisas que são muito difíceis de explicar”, falando de como o processo Influencer foi visto em Bruxelas.
A comissária europeia, em final de mandato, falou em Castelo Branco da política de coesão e de como Portugal é “muito respeitado também por ser um país previsível e estável” e que o inquérito judicial que levou à demissão do ex-primeiro-ministro “causou uma perplexidade que não batia certo com a imagem do país”.
“Foi muito difícil de explicar” aos parceiros europeus, assume Elisa Ferreira, “mas ainda bem que as coisas estão noutra fase”, concluiu. A comissária europeia e antiga ministra do ambiente congratulou-se com a nomeação de Costa como presidente do Conselho Europeu que equiparou a nomes como Mário Soares e António Guterres.
Sobre Costa, a comissária europeia disse mesmo que irá “ajudar a ter uma presença forte das perspetivas europeias que passam por estas realidades do Sul e do Oeste da Europa”, rematando que “Portugal, é um país muito influente”.
Tal como já tinha feito na entrevista ao programa Hora da Verdade, da Renascença e do jornal Público, Elisa Ferreira defendeu a boa execução histórica dos fundos europeus por parte de Portugal.
Ao contrário do que o Governo da AD vem defendendo, a comissária europeia da Coesão e Reformas diz que “é uma perda de tempo” discutir se o país “gasta ou não gasta o dinheiro”.
Portugal é um país que “executa sempre até ao limite”, insiste Elisa Ferreira, deixando uma farpa ao Governo e aos “atores políticos” que “gastam energias a discutir a taxa de execução, se vão gastar o dinheiro todo ou não”, considerando esse um processo “dispensável”.