15 jul, 2024 - 18:42 • Manuela Pires
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A antiga deputada do CDS Cecília Meireles considera que o Governo tem de encontrar pontes para conseguir governar com estabilidade. Nas jornadas parlamentares do partido, um dos pontos em debate foi a atual situação política, o diálogo entre o Governo e a oposição e a postura que o CDS adotou ao longo dos 50 anos.
Cecília Meireles diz que os políticos têm de respeitar o resultado das eleições e que os portugueses têm de saber, quando votam, se estão a escolher “partidos que dizem: 'nós queremos isto e não estamos disponíveis para cedências' ou se querem partidos capazes de encontrar entendimentos e encontrar pontes, e essa é uma escolha dos cidadãos e temos de respeitar a escolha das pessoas”, refere Cecília Meireles, concluindo que só é possível governar com entendimentos.
“Não é possível governar, e não é possível os países serem governados com responsabilidade, com estabilidade e com qualquer tipo de estratégia, se não se tentarem encontrar pontes”, disse a antiga deputada do CDS.
Cecília Meireles garante que se essas pontes não forem alcançadas “entramos em disrupção e entramos em dicotomias que são completamente artificiais”.
Entrevista
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Num painel que contou com outros antigos deputados, José Ribeiro e Castro disse que, atualmente, seria impossível o CDS integrar um Governo socialista, tal como aconteceu no passado.
O antigo líder centrista considera que não se pode contar com o atual Partido Socialista para a estabilidade do país, porque, diz José Ribeiro e Castro, o partido liderado por Pedro Nuno Santos alberga muitos militantes de extrema-esquerda.
“Eu creio que há uma boa parte da extrema-esquerda não está no Bloco de Esquerda, mas sim no Partido Socialista, e torna as coisas particularmente difíceis.”
“Nós hoje não podemos contar com o PS para tudo o que é decisivo para o regime democrático e para a estabilidade, infelizmente não podemos. E vemos isso pela forma como falam e votam o 25 de novembro”, atira José Ribeiro e Castro.
Nuno Magalhães, antigo líder parlamentar do CDS, considerou que a "geringonça" está na origem de uma maior radicalização na política.
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Nuno Magalhães diz que havia uma cultura de compromisso e consenso que permitia uma continuidade, mas a "geringonça" pôs fim a isso e considera que, atualmente, é impossível ter a abstenção do maior partido da oposição.
“A dita 'geringonça' não fez nada bem à democracia. Acho que radicalizou o que não era radicalizado. Havia de facto uma cultura de compromisso e consenso entre os partidos do arco da governabilidade e não vejo que isso fosse um defeito”, referiu Nuno Magalhães.
O deputado, que foi líder parlamentar do CDS no Governo de Passos Coelho, revelou como era o trabalho com Luís Montenegro, o líder do PSD. Um trabalho que era coordenado ao milímetro até sobre as expressões que cada um iria usar.
“Eu e o Luís Montenegro tínhamos uma frase que tínhamos combinado que era combinar os desacordos, até a forma e as expressões em como íamos ter esse desacordo”, revelou Nuno Magalhães nas jornadas parlamentares do CDS.