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Madeira. Albuquerque critica "abutres políticos" e apoio "insuficiente" do Estado

18 ago, 2024 - 13:10 • Fábio Monteiro com Lusa

Fogo lavra em zonas de difícil acesso, sem habitações por perto. A retirada de pessoas das suas casas é uma medida preventiva, para que não inalarem fumos, sobretudo idosos e crianças, frisou o governante. Presidente do parlamento da Madeira quer mais 2 meios aéreos para a região.

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O presidente do Governo Regional da Madeira este domingo que o combate ao incêndio na região está a apostar na "preservação e salvaguarda das zonas urbanas", criticando os comentários de "abutres políticos" e o apoio "insuficiente" do Estado.

"A Madeira e os Açores, neste momento, no quadro da lei das finanças regionais, são um ótimo negócio do Estado. O Estado diz que a Madeira e os Açores fazem parte integrante da nação e do Estado português, mas cada vez gasta menos dinheiro, portanto é um bom negócio", atirou o líder do executivo regional madeirense, Miguel Albuquerque (PSD).

O presidente do Governo Regional da Madeira falava aos jornalistas no Curral das Freiras, concelho de Câmara de Lobos, na ilha da Madeira, a propósito do combate ao incêndio que deflagrou na quarta-feira na região e que tem hoje três ativas.

Questionado sobre o possível investimento no reforço de meios aéreos na região, com o apoio do Governo da República, uma vez que a Madeira tem apenas um, Miguel Albuquerque disse que "o Estado não assume responsabilidades" nas regiões autónomas sobre os "sobrecustos" em áreas como educação, saúde e proteção civil.

"Por mim, até tinha três ou quatro [meios aéreos], mas temos de negociar", apontou o governante, referindo que a região gasta, neste momento, três milhões de euros no meio aéreo que dispõe e que "tem sido determinante" no combate aos incêndios.

Relativamente ao incêndio ativo na região desde quarta-feira e às críticas quanto à mobilização dos meios de combate, Miguel Albuquerque disse que "há um conjunto de abutres políticos que se querem aproveitar destas situações para tirar dividendos", assim como "treinadores de bancada que nunca estiveram no fogo, não sabem como é que se combate o fogo".

"Atuamos em função de orientações técnicas. Os fogos não se combatem de uma forma desregrada", realçou.

O incêndio, que começou na quarta-feira de manhã no concelho da Ribeira Brava e alastrou no dia seguinte ao município vizinho de Câmara de Lobos, encontra-se hoje com três frentes ativas, "com uma evolução para norte, sobretudo o da Serra de Água", apontou o presidente do Governo Regional.

O governante sublinhou que o fogo lavra em zonas de difícil acesso, sem habitações por perto, explicando que a retirada de pessoas das suas casas é uma medida preventiva, para que não inalarem fumos, sobretudo idosos e crianças.

"Até agora, o que é importante é que temos conseguido salvaguardar as zonas urbanas, as habitações, e vamos continuar esta estratégia", frisou.

Quanto à disponibilidade da Região Autónoma dos Açores para enviar meios para apoiar no combate a este incêndio, Miguel Albuquerque referiu que a Madeira está recetiva a essa ajuda, mas a decisão consoante a evolução da situação durante o dia de hoje, inclusive com a equipa que chegou de Lisboa.

Presidente do parlamento da Madeira quer mais 2 meios aéreos para a região

O presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, José Manuel Rodrigues, defendeu hoje que o Estado deve assegurar à região mais dois helicópteros para combate a incêndios.

"O que eu proponho é que o Estado ponha na região dois meios aéreos e assuma os custos desses meios aéreos na defesa do território contra incêndios ou outras calamidades para defender também os madeirenses, que são portugueses que estão no Atlântico", afirmou, numa visita às zonas afetadas pelos fogos.

José Manuel Rodrigues considerou que "há uma lição a tirar destes incêndios", sublinhando que "é absolutamente necessário que a região disponha de mais meios de combate aos fogos florestais".

"Essa lição vai no sentido de termos mais meios, quer humanos, quer meios aéreos de combate aos fogos", reforçou.

A Madeira dispõe atualmente de um meio aéreo de combate aos incêndios, que também tem sido utilizado em operações de resgate em percursos pedestres.

O presidente da Assembleia Legislativa Regional reconheceu que o helicóptero, cujo custo tem sido assumido pelo Governo insular, tem sido "extremamente útil" e insistiu que "deve ser o Estado a assumir a defesa do território e também das pessoas e bens".

José Manuel Rodrigues afirmou também que aquilo que encontrou no terreno "é desolador", endereçando apoio e solidariedade às populações afetadas pelos incêndios.

"Há alguns prejuízos, quer em casebres, quer em palheiros, quer em terrenos agrícolas, há danos ambientais difíceis de recuperar, mas onde devemos apostar para recuperar, reabilitar a nossa paisagem e dar também uma palavra de incentivo e de apoio aos muitos operacionais que há cinco dias andam a combater estes diversos focos de incêndio", acrescentou.


[Notícia atualizada às 15h00]

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  • Anastácio Lopes
    21 ago, 2024 Lisboa 12:58
    Mas haverá maior abutre político do que Albuquerque, que depois de ter negado o apoio do Continente no Comunicado que subscreveu, vem agora querer passar de vítima das sus próprias irresponsabilidades? Os madeirenses que abram os olhos, em particular os que perderam algo com este atraso no apoio do Continente, e tenham a arte, o engenho e a sabedoria de virem a processar Albuquerque, civil e criminalmente, pelas consequências do atraso no apoio que o Continente lhe ofereceu e que ele, incompetente, e irresponsavelmente negou numa primeira instância, apenas e só por ser prepotente, arrogante e irresponsável, como se tivesse sido para isso que pediu o voto aos madeirenses.
  • Joaquim Correto
    18 ago, 2024 Paços 14:24
    Aquela imagem do Albuquerque a fumar (à semelhança do Galamba nos protestos da exploração de lítio) em plena crise de incêndios, diz tudo sobre a pessoa dele!

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