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Ventura responde a D. Rui Valério. "Não tenho a pretensão de liderar as almas"

04 set, 2024 - 13:19 • Miguel Marques Ribeiro com Redação

"Quem tem de governar, tem de governar. Quem tem de fazer política, tem de fazer política", argumentou o líder o Chega, depois das críticas do patriarca de Lisboa à imposição de quotas para os imigrantes.

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André Ventura separou esta quarta-feira as águas entre religião e política e insistiu que o melhor para o país é ter um "controlo à imigração".

Dom Rui Valério afirmou à Renascença que impor quotas para a imigração pode "condenar alguém a condições de sobrevivência, senão mesmo de morte", uma posição que contraria as propostas do Chega nesta matéria, que incluem a criação de um país de fronteiras fortes e realização de um referendo sobre quotas para imigrantes.

Questionado pelos jornalistas, André Ventura, que se define como um católico convicto, diz que não tenciona mudar o programa do seu partido depois de ouvir estas declarações do patriarca.

"Eu não tenho a pretensão de liderar consciências, nem tenho a pretensão de liderar as almas. Eu só tenho a pretensão de liderar o povo português e de liderar o país e liderar o país neste momento implica um controlo à imigração que estamos a ter".

André Ventura distingue ainda a atividade política da religiosa. "Quem tem de governar, tem de governar. Quem tem de fazer política, tem de fazer política. Quem tem de liderar consciências, tem de liderar consciências. Eu deixo isso para as Igrejas".

Ainda assim, o líder o Chega diz respeitar muito Dom Rui Valério. "Eu respeito muito o cardeal patriarca. Tenho por ele enorme respeito. Sou católico, também".

Ventura não vê incompatibilidade entre as propostas do Chega e a doutrina católica. "A própria Igreja, em vários documentos, aceita e compreende a necessidade de controlar a imigração como fenómeno de regulação social", declarou.

No entanto, o Papa Francisco afirmou recentemente que quem faz "recuar os migrantes" comete "pecado grave", lançando duras críticas à "militarização das fronteiras".

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